Na palestra que fez ontem pela manhã a prefeitos e outras lideranças políticas da região, no Hotel Firenze, em Votuporanga, o secretário do Emprego e Relações do Trabalho, Guilherme Afif Domingos, disse que a retomada do crescimento no país deverá ocorrer somente a partir do início do próximo ano.
O secretário veio a Votuporanga para participar da 11.ª reunião da Caravana do Empreendedorismo, Emprego e Renda e Apoio à Formalização, que está percorrendo várias regiões do Estado de São Paulo.
A intenção principal, com essa iniciativa, é debater com os gestores públicos municipais a implantação do MEI – Microeemprendedor Individual -, programa que vai ser iniciado a partir de 1.º de julho.
Na palestra, Afif começou dizendo que a crise econômica só pode ser superada mediante investimentos. Criticou o PAC, afirmando que “se fala muito, mas acontece pouco”. Disse que o crescimento em 2009 será zero e que os efeitos da crise internacional no Brasil não podem ser vistos como uma “marolinha”, como tentou passar à opinião pública o governo federal.
Atuação positiva
Lembrou que o governador José Serra, quando assumiu o cargo, “e ainda não havia sinais de crise, falou na necessidade de apertar os cintos, de aumentar a arrecadação sem aumento de impostos, para poder propiciar investimentos, iniciativas indispensáveis para manter o desenvolvimento e garantir empregos”.
Fez uma comparação em torno das taxas de colesterol no organismo humano: “colesterol bom é o investimento, o ruim é o custeio”.
Assinalou que o desemprego em São Paulo estaria numa situação muito mais complexa não fossem as obras que estão executadas pelo governo estadual, movimentando a economia e gerando novas frentes de trabalho. “Não há uma só região de São Paulo em que não se veja a ação administrativa do governo Serra”, citando como exemplo a recuperação da malha viária, com a reforma e implantação de novas vicinais.
Outra observação feita por Afif é a de que a crise econômica foi gerada principalmente pelo exagero na política de financiamentos por instituições financeiras no exterior e que atingiu menos o Brasil porque o sistema financeiro nacional estava devidamente saneado, “graças às ações adotadas no governo anterior”.
Desburocratização
O secretário defende a importância da implantação do MEI – Microeemprendedor Individual -, e diz que para isso é necessário o apoio das prefeituras, com o treinamento de seus funcionários. O objetivo é tirar da informalidade mais de 3,2 milhões de trabalhadores e que isso depende “da criação de um mecanismo rápido, fácil e sem burocracia para trazer à luz da formalidade esse contingente de trabalhadores”, defende o secretário do Trabalho.
Ele quer o Banco do Povo trabalhando forte na oferta de crédito para os microempreendedores. Disse que essa instituição atua há dez anos em São Paulo, já disponibilizou mais de 600 milhões de reais em empréstimos e que o nível de perdas é baixíssimo, em torno de 1,2% dos contratos fechados.
