Aeroporto Leite Lopes se prepara para obras

A Cidade - Ribeirão Preto - Quarta-feira, 18 de agosto de 2004

qua, 18/08/2004 - 10h11 | Do Portal do Governo

Nicola Tornatore

Começam agora em agosto as obras do terminal de alfândega no aeroporto “Leite Lopes”, em Ribeirão Preto. A construção está a cargo da empresa Tead (Terminais Aduaneiros do Brasil Ltda.), vencedora a licitação aberta pelo governo estadual, que administra o “Leite Lopes” por meio do Daesp (Departa-mento Aeroviário do Estado de São Paulo).

Rubel Thomas, diretor-superintendente da Tead Brasil, informa que serão investidos US$ 4 milhões, metade nas obras civis e a outra metade na aquisição de equipamentos – apenas uma plataforma de embarque/desembarque de carga nos aviões custa R$ 750 mil. Segundo ele, a obra deve estar concluída em março do ano que vem. A empresa trará a experiência de mais de dez anos de operação do maior terminal de alfândega do porto de Vitória, no Espírito Santo.

O terminal alfandegado do aeroporto de Ribeirão Preto vai estar pronto com cerca de um ano de atraso. Apesar do entrave provocado pelo agora superado embargo judicial das obras, Rubel Thomas diz que o empreendimento está saindo em uma hora (“timing”) bastante oportuna. “O país enfrenta dificuldades na logística das exportações, com congestionamentos em portos e aeroportos”, destaca, apostando no sucesso do novo terminal. Segundo ele, os estudos que antecederam a decisão da Tead de participar da licitação mostraram grande potencial de crescimento das exportações regionais. Ele cita como produtos que devem freqüentar o terminal os equipamentos médico-hospitalares (fabricantes da região já possuem até um consórcio exportador), calçados (a vizinha cidade de Franca é o maior pólo calçadista brasileiro), frutas e até mesmo artesanato. “Há espaço para que muitos outros setores da economia regional exportem.

O cenário (das exportações) mudou muito de uns cinco anos para cá, hoje mesmo as pequenas empresas têm motivação para apostar no comercio exterior”, destaca.

O terminal de alfândega do aeroporto “Leite Lopes” terá 5.400 metros quadrados de área construída, num terreno de 10.000 m2, localizado nas imediações do terminal de passageiros. Apenas de área refrigerada (câmaras frias) serão 500 m2. Segundo o diretor-superinten- dente da Tead Brasil, a operação do terminal deverá gerar 50 empregos diretos e outros 150 indiretos.

Terminal será o 1º privado em aeroporto brasileiro

O terminal de alfândega do aeroporto de Ribeirão Preto será um marco – trata-se do primeiro armazém alfandegado operado pela iniciativa privada dentro de um aeroporto, uma “área primária”, utilizando a definição da Receita Federal. Por área primária entenda-se as fronteiras e os portos e aeroportos brasileiros. Ribeirão Preto já possui um “porto seco”, como são conhecidas as Eadi’s (Estação Aduaneiro do Interior), localizadas em “áreas secundárias”. A vantagem de um terminal em área primária está na logística, por dispensar o translado das mercadorias de um armazém em área secundária para o porto ou aeroporto por onde vão embarcar para o exterior. Quando for inaugurado, o terminal alfandegado do “Leite Lopes” terá equipes nomeadas pela Receita Federal e pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que atua no desembaraço de medicamentos e produtos farmacêuticos), entre outros setores da administração federal envolvidos na fiscalização do comércio exterior.

A operação do terminal da Tead em Ribeirão Preto deve começar com cerca de um ano de atraso. A assinatura do contrato entre o governo estadual e a Tead ocorreu em junho do ano passado, durante visita do governador Geraldo Alckmin. Uma semana depois, quando teria início o serviço de terraplanagem, o MP (Ministério Público) conseguiu o embargo judicial das obras, sob a alegação de que era necessária a realização de um EIA-Rima (Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente). O projeto só pode ser retomado recentemente, depois de um acordo entre o Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo) e o MP, pelo qual o governo estadual assumiu o compromisso de contratar um EIA-Rima.