Aeroporto abre e espera liberação para operar cargas internacionais

Bom Dia Bauru - Terça-feira, dia 24 de outubro de 2006

ter, 24/10/2006 - 12h22 | Do Portal do Governo

Agência Nacional de Aviação deve autorizar vôos de cargueiros para o exterior a partir de 2010

O novo Aeroporto Bauru-Arealva levará cerca de três anos para iniciar a movimentação de carga internacional. A nacional é imediata. A informação é do secretário estadual de transportes, Dario Rais Lopes, que ontem esteve na cidade para inauguração oficial da obra.

Ele afirma que o processo de habilitação para carga aérea internacional deve começar em novembro, a partir de pedido encaminhado à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

Somente para obter autorização do órgão, a demora chega a aproximadamente um ano, pois o procedimento envolve vários ministérios, como da Justiça, Fazenda, Saúde e Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Nesse intervalo, são analisadas questões relativas à Polícia Federal, Receita Federal, entre outras. Se houver a concordância das pastas, o Ministério da Defesa, através da Anac, publica portaria habilitando o aeroporto. Depois disso, vêm a licitação para construção do terminal.

Em Ribeirão Preto, o processo levou por volta de três anos, comenta o secretário. “Não me parece que a gente vai conseguir fazer isso em um tempo menor aqui em Bauru”, avalia.

Se operar com importação e exportação de produtos, o novo aeroporto deve receber, de início, um vôo de carga a cada 15 dias, com uma aeronave do porte do Boeing 727, estima Lopes.

Grupo de trabalho se reúne

Durante a cerimônia de inauguração do aeroporto, Dario Rais Lopes afirmou que pretende realizar reunião do Grupo de Trabalho para implantação do Centro Logístico Integrado de Bauru nesta semana.

O objetivo do grupo é encontrar áreas onde armazéns e atividades alfandegárias possam ser concentradas. Ricardo Coube, diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) está otimista com o potencial de Bauru. “Daqui a poucos anos, vamos ter a melhor logística do Estado e do país”, opina. Ele vê o transporte de cargas e o “porto seco” como as maiores atrações do aeroporto para os empresários.

Empresa demonstra interesse

Responsável pela construção do terminal de cargas do aeroporto de Ribeirão Preto, a Tead Terminais Aduaneiros do Brasil tem interesse em atuar em Bauru e já anunciou que participará da licitação para edificação do armazém alfandegado do aeroporto Bauru-Arealva.

Em Ribeirão, o investimento gira em torno de R$ 15 milhões, informa Rubel Thomas, superintendente da Tead. Ele concorda com a avalião de Dario Rais Lopes e também acha que o terminal levará entre dois e três anos para estar em operação. Pelos seus cálculos, Thomas diz que apenas um módulo do terminal deve ter área de cerca de 7.600 m.

Rais compara início do novo terminal com o de Cumbica

O secretário Dario Rais Lopes compara o início das operações do Aeroporto Bauru-Arealva com o de Cumbica, em Guarulhos. Ele conta que, no começo, as empresas nacionais não quiseram sair de Congonhas. Somente os vôos internacionais dirigiram-se ao então novo aeroporto. Hoje, frisa, é a pista mais movimentada do país.

Em relação aos equipamentos para a segurança dos vôos, Lopes afirma que a situação é igual à de Viracopos, em Campinas, antes da movimentação de grandes cargas aéreas.

A alusão serve para rebater críticas à acusação de falta de instrumentos que possibilitem pousos e decolagens. “No interior de São Paulo, com teto muito baixo, só não fecham Campinas e São José dos Campos”, diz.

Ele faz questão de destacar que no local há todas as condições necessárias, como bombeiros, segurança patrimonial, entre outros, e os aparelhos para operação visual noturna.

Por fim, ressalta que todos vôos comerciais regulares terão de ir para o aeroporto Bauru-Arealva. Jatos particulares, por exemplo, não tem esta obrigação.

TAM confirma estudo para voltar a operar vôos em Bauru

Com a inauguração do novo aeroporto, a TAM Linhas Aéreas estuda a possibilidade voltar a operar Bauru. João Amaro, representante da empresa, confirma a intenção. Porém destaca que ainda não há previsão.

A assessoria de imprensa da TAM informa que, freqüentemente, a companhia analisa novos destinos.

Local tem cerca de 60 trabalhadores para executar serviços

O novo aeroporto começou a funcionar com cerca de 60 trabalhadores, entre funcionários do Daesp, corpo de bombeiros, vigilância e limpeza.

No início de 2007, o número deve se elevar, pois o governo do Estado estará autorizado a fazer novos contratos de prestação de serviço ou empregar diretamente.

Em até 30 dias, Pantanal deixará Aeroclube de Bauru

A Pantanal Linhas Aéreas deverá transferir suas operações para o novo aeroporto em até 30 dias. A informação é de Fábio Calloni, chefe de gabinete de Ricardo Volpi, superintendente do Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo), com base em decisão da Anac da semana passada. Na quarta, no Rio de Janeiro, ocorre reunião entre Anac, empresa e Daesp.

João Amaro, representante de Bauru, Marília e Presidente Prudente da TAM Linhas Aéreas, que tem parceria com a Pantanal, acredita que este prazo será cumprido.

Companhia Air Minas pode montar oficinas na cidade

A Air Minas, que ontem fez seu primeiro vôo para Bauru, estuda ter a cidade como base. Se isso ocorrer, seus aviões farão revisão no município, em oficina da empresa. O Ministério da Aeronáutica precisará homologar o pedido.

A empresa, por outra lado, já decidiu que fará interligações com Belo Horizonte (MG), São Paulo, Cuiabá (MT) e Campo Grande (MS). Ububatan Helou, presidente da companhia, aguarda resposta da Anac.

Sobre a venda de bilhetes, Helou espera aumento significativo à medida que as pessoas se habituem com o novo local.