Adolfo Lutz descobre novo tipo de vírus da caxumba

Folha de S.Paulo - Segunda-feira, 23 de julho de 2007

seg, 23/07/2007 - 11h51 | Do Portal do Governo

Folha de S.Paulo

Um grupo de pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, identificou uma nova variedade de vírus da caxumba circulando no Estado. O novo patógeno, que não é mais nem menos nocivo que os subtipos já conhecidos, não requer novas medidas de saúde pública, pois também sucumbe à vacina tríplice. A descoberta, porém, deve ajudar os cientistas a entenderem melhor a dinâmica de espalhamento geográfico da doença e a rastreá-la.

O isolamento do novo subtipo foi feito pela biomédica Terezinha Maria de Paiva a partir de 14 amostras de sangue coletadas de pacientes em 2005 e 2006. Os doentes moravam nos municípios paulistas de Atibaia, Jundiaí, Campinas e São Paulo. Nenhum deles tinha tomado as duas doses da vacina tríplice necessárias para proteção contra caxumba.

A caracterização do novo tipo de vírus, que foi reconhecida por pesquisadores britânicos independentes, foi feita com base em seqüenciamento de trechos do DNA do patógeno.

Foi a primeira vez que o Adolfo Lutz, instituto de referência em vigilância epidemiológica no país, caracterizou um novo patógeno usando essa ferramenta. O domínio do método é importante para que médicos estejam preparados para lidar com novos patógenos.

O vírus de caxumba isolado pelo Adolfo Lutz é o 13º subtipo conhecido no mundo. Mapear as diferenças entre os patógenos ajuda cientistas a entender melhor a dinâmica de espalhamento da doença entre regiões.

O estudo do DNA do vírus também pode dar contribuições futuras para questões biológicas. “O trecho que analisamos é um gene variável”, diz Cecília Simões Santos, do Adolfo Lutz, responsável pela análise genética. “Ninguém sabe ainda o papel da proteína associada a ele na biologia do vírus.”