Adolescentes ingerem pouco cálcio

Jornal da Tarde - Sábado, 20 de outubro de 2007

sáb, 20/10/2007 - 13h03 | Do Portal do Governo

Jornal da Tarde

Os jovens trocaram o iogurte pelo refrigerante. E o resultado são ossos mais fracos e quilos a mais na balança. Um levantamento da Secretaria de Estado da Saúde mostra que 94% das adolescentes não consomem cálcio em quantidade suficiente. O consumo diário médio ficou em 698 mg/dia da substância, quando o ideal é de 1300 mg/dia.

Um adulto precisa de um pouco menos: 1000 mg/dia são suficientes. ‘A necessidade maior de cálcio na adolescência existe porque o pico de formação da massa óssea ocorre dos dez aos 14 anos de idade’, explica a nutricionista Elaine Cristina Rocha de Pádua, organizadora da pesquisa, que avaliou 100 adolescentes do sexo feminino de 10 a 19 anos, de classes sociais variadas, atendidas pela Casa do Adolescente de Pinheiros.

Elaine Cristina também constatou que 75% destas meninas pulam algumas refeições na esperança de perder alguns quilos. ‘Elas costumam deixar o café da manhã de lado, o que é um grande erro. Esta refeição oferece boa parte do cálcio que poderíamos obter durante o dia, em alimentos como leite, iogurte e queijo’, diz a nutricionista.

Em contrapartida, as adolescentes exageravam nas bolachas, no pão francês, na margarina e no queijo amarelo, ricos em gordura. E elegeram o refrigerante como sua bebida predileta. Ele, além de não ajudar, atrapalha na construção de ossos fortes.

‘Refrigerantes contém muito fósforo, uma substância que funciona como uma espécie de solvente para os ossos’, explica o reumatologista Rick Adachi, professor da McMaster University em Hamilton, Ontario, no Canadá.

Poucos adolescentes, no entanto, sabem que o cálcio ajuda a garantir a saúde dos ossos no futuro. A estudante Nicole Humberto, 11 anos, 1,40m de altura e 37 quilos, consome bastante leite e derivados porque tem uma tia médica que insiste que ela e seus irmãos tenham uma alimentação balanceada. No entanto, é exceção. Seu colegas Ricardo dos Santos, de 16 anos, e Luana Pereira, de 15, só bebem leite no café da manhã e olhe lá…

‘Se eles não formam bem os ossos agora, correm um risco muito grande de ter osteoporose depois dos 40 anos de idade’, alerta Elaine.

Segundo Adachi, muita gente substituiu o leite pelo refrigerante diet e para evitar a obesidade, mas o leite desnatado oferece boas quantidades de cálcio sem pesar na balança. Além disto, existem evidências de que o baixo consumo do cálcio esteja ligado ao aumento de peso. ‘Segundo algumas pesquisas, o cálcio ajudaria na utilização da energia’, diz a nutricionista Larissa Puglia, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), especialista em obesidade.

Leite e derivados são ótimas fontes de cálcio, mas não são as únicas. Alimentos como brócolis, couve-manteiga, sardinha e feijão também contém boas quantidades do elemento. O ideal, segundo Elaine, é comer um pouco de todos estes alimentos.

No entanto, é preciso saber consumir a substância para que ela seja bem aproveitada pelo corpo. Larissa ensina: leite e derivados devem ser consumidos no café da manhã e nos intervalos das refeições, para que o ferro contido nas carnes, vegetais e leguminosas não atrapalhem sua absorção pelo organismo.

FONTES DE CÁLCIO

Leite integral 240mg

Leite desnatado268 mg

Iogurte (copo) 200 mg

Iogurte (pote) 279mg

Queijo Minas (1 fatia) 174mg

Queijo prato (1 fatia) 100mg

Feijão (1 concha) 80mg

Espinafre (1 xícara) 136mg

Brócolis (1 concha) 225mg

Couve (1/2 concha) 225mg