Acordo permite volta da obra da Estação Pinheiros

O Estado de S.Paulo - Terça-feira, 3 de abril de 2007

ter, 03/04/2007 - 16h11 | Do Portal do Governo

De O Estado de S.Paulo

Oitenta e sete dias depois do desmoronamento nas obras da futura Estação Pinheiros do metrô (Linha 4), que matou sete pessoas, a construção será retomada. Ontem, o Ministério Público Estadual (MPE), o Consórcio Via Amarela, responsável pelas obras, Metrô, Polícia Civil, Instituto de Criminalística (IC) e Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) assinaram novo Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que permitirá o reinício dos trabalhos na cratera na segunda-feira.

‘Isso representa a retomada da construção da Estação Pinheiros com segurança e também a coleta de material para a perícia, na esfera civil e criminal’, disse o promotor de Justiça de Habitação e Urbanismo Carlos Alberto Amin Filho. O TAC estabelece prazo até 15 de outubro para conclusão dos trabalhos de construção de uma parede de segurança, que terá 270 estacas de concreto, que receberão tirantes de reforço.

Há o mesmo prazo para conclusão da perícia. ‘Será feita a coleta de provas do acidente, que deverão levar à conclusão das causas do desmoronamento’, disse o promotor criminal José Carlos Blat. Caso o prazo do TAC seja descumprido, por dolo ou culpa grave, e o atraso não for justificado, está prevista multa de R$ 70 mil por dia, imposta à Via Amarela e Metrô.

Após 15 de outubro, se tudo ocorrer sem problemas, o IPT prevê prazo de 30 a 45 dias para finalização da análise dos relatórios e definição da investigação. ‘São 45 profissionais envolvidos nas várias fases da apuração’, explicou o diretor de operações do IPT, Marcos Tadeu Pereira. O promotor Amin Filho acredita que os laudos sobre as causas do acidente estejam concluídos até o fim do ano, mesma projeção feita pelo engenheiro do consórcio, responsável pela obra, Fábio Gandolfo.

A cratera será escavada em 8 níveis diferentes, até que se chegue ao primeiro ponto de desmoronamento, dentro de um dos túneis. O buraco tem de 15 a 23 metros de profundidade. Cada um dos 8 níveis terá cerca de 2 metros de altura. Estima-se que o trabalho em cada talude demore de 21 a 25 dias, segundo o gerente de administração contratual do consórcio, Wagner Marangoni. ‘Não há possibilidade de rebaixar a escavação sem afetar os prédios vizinhos, os técnicos e trabalhadores na obra. Por isso, está sendo construído esse sistema’, explicou Jayme Telles, do IC. Em cada nível, serão coletados fragmentos de solo que poderão tornar possível saber o que provocou o desabamento.

O Metrô e o Consórcio Via Amarela esperam que na segunda-feira também sejam liberadas as obras em outras 4 frentes de trabalho da Linha 4 (das 23 frentes de trabalho, 11 estão interditadas pelo MP), cujos laudos e documentação foram entregues ao IPT – Caxingui-Três Poderes, Três Poderes-Caxingui, Três Poderes-Butantã e Caxingui-Morumbi.