Ação na cracolândia apreende 1,5 t de crack

Folha de São Paulo

seg, 28/12/2009 - 14h06 | Do Portal do Governo

Isso dá uma média de dez quilos da droga apreendidos em cada um dos 150 dias de operações na região

O balanço das operações realizadas nos últimos cinco meses pelo governo do Estado e pela Prefeitura de São Paulo na área central da capital conhecida como cracolândia aponta que 1,5 tonelada de crack foi apreendida na região.

Isso representa uma média de dez quilos da droga apreendidos em cada um dos 150 dias de ação no local.

Desde 22 de julho, início das operações do poder público na área, 176 pessoas foram presas acusadas de ligação com o tráfico. Desse total, 138 foram acusados de ligação direta com o tráfico; os outros 38 presos são acusados de associação para a venda de drogas na região.

Ao todo, 22 órgãos do município e do Estado participam das ações sociais na cracolândia desde julho deste ano.

Nova Luz

Também chamada de Nova Luz pelo Estado e pela prefeitura, a cracolândia vai da praça da República e avenida São Luis até a alameda Eduardo Prado, avenida Cásper Líbero e a rua Mauá, já no bairro da Luz.

Os estudos do setor de inteligência da Polícia Militar apontam que por volta de 800 usuários de crack circulam pelas ruas da cracolândia a cada dia, onde o efetivo de PMs gira em torno de cem. Hoje, aproximadamente 80 agentes de saúde tentam convencer os viciados a receber tratamento médico.

De acordo com o coronel Marcos Roberto Chaves da Silva, comandante da Polícia Militar para a região central da capital, ao longo dos cinco meses de operações do poder público na cracolândia, 1.100 pessoas viciadas em crack e outras drogas foram encaminhadas para tratamento médico no período.

Dessas, apenas oito, ainda de acordo com o coronel Silva, recebem tratamento médico intensivo, ou seja, estão internados 24 horas por dia em clínicas para a recuperação de viciados.

As outras pessoas atendidas pelas equipes de saúde do Estado e do município que atuam na região da cracolândia recebem auxílio médico durante o dia no Cratod (Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas), ligado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, e nos Caps (Centro de Atenção Psicossocial), que são ligados à prefeitura.

Com isso, os dependentes químicos acabam circulando livremente à noite, período em que a movimentação de traficantes e usuários é intensa em toda a cracolândia.

De acordo com o coronel Silva, uma das prioridades das ações na cracolândia no início de 2010 é evitar a chamada migração dos usuários de crack para bairros vizinhos, principalmente para Santa Cecília, Baixada do Glicério e arredores da praça da República.

37 mil abordagens

Além da 1,5 tonelada de crack e dos 176 presos por ligação com o tráfico na cracolândia em cinco meses de ações, 37 mil pessoas foram abordadas pela polícia na região.

Foram fiscalizados 523 estabelecimentos comerciais (principalmente hotéis de alta rotatividade, muito usados por usuários e traficantes de crack) e, desse locais, 160 foram lacrados por apresentarem algum tipo de irregularidade. Desse total, 61 estabelecimentos foram autuados com multa.