ABC se prepara para receber 2ª- fase do Rodoanel

Gazeta Mercantil - Terça-feira, 25 de outubro de 2005

ter, 25/10/2005 - 11h07 | Do Portal do Governo

Cidades melhoram infra-estrutura e transportes em busca de novas empresas na região

Wallace Nunes
São Paulo

Os negócios em torno do trecho sul do Rodoanel Mário Covas mexem com as prefeituras da região do ABCD. Com as seguidas mudanças do perfil econômico ao longo dos últimos anos, as cidades querem tirar proveito do desenvolvimento que a obra proporcionará.

A poucos meses do início da segunda gase do projeto, cresce a expectativa de negócios. A melhoria da infra-estrutura local e especulação imobiliária já são assuntos principais entre os prefeitos da região. Diretamente beneficiadas, as cidade de São Bernardo do Campo e Mauá correm contra o tempo para melhorar a rede de transportes, asfaltamento de ruas e avenidas e ainda o ensino profissionalizante para qualificar a mão-de-obra entre jovens e desempregados.

Por sua pujança financeira, São Bernardo largou na frente. ‘Estamos melhorando o transporte público, o ensino profissionalizante até o asfalto de ruas e avenidas’, conta a secretária de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Maria Alice Bérgamo.

A secretária disse também que o município tem estabelecido parcerias com várias indústrias sediadas na cidade para melhorar a qualidade do ensino profissionalizante. ‘Con-vênios com as montadoras e empresas de logística estão sendo realizados para capacitar profissionais da área da construção civil e transportes’, destaca Maria Alice.

Em Mauá, cidade que concentra um grande número de empresas petroquímicas, as mudanças ainda são tímidas, mas significativas. De concreto há o asfaltamento das avenidas próximas ao futuro maior anel viário do País.

Obra considerada essencial para ampliar o escoamento de cargas pelo Porto de Santos, o Rodoanel irá criar uma via expressa entre o interior do estado e a Região do ABC, que dá acesso à Baixada Santista.

Com a entrega do trecho Sul -o Oeste já está funcionando – prevista para estar totalmente concluída até o final de 2015, os caminhões e as carretas que transportam as cargas do complexo não serão obrigados a atravessar o sistema viário urbano da capital paulista. Atualmente, o trânsito acaba atrasando em várias horas o serviço, aumentando custos de empresas de diversas áreas.

Construções
A chegada do anel viário também tem fomentado, ainda que de maneira tímida, a especulação imobiliária. Mas, ao contrário do ocorreu no trecho Oeste, muitas empresas devem esperar a delineamento final do trecho. De concreto apenas as Casas Bahia anunciou (e já está construindo, com previsão de entrega para novembro) seu maior depósito na região, que abastecerá o Grande ABC, Baixada Santista e a zona leste da capital paulista. A Center Castilho, empresa de material de construção também tem planos de construir seu entreposto até o fim deste ano. ‘Já atendi dez empresas grandes com a intenção de se instalar na cidade, e estão em busca de áreas’, afirmou Maria Alice Bérgamo.

‘Para uma obra de vultuosidade é claro que os preços devem aumentar, mas como falta muito para que isso aconteça a mudança de valores somente deverá ocorrer no início real das obras’, afirma o presidente da Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradores da região do ABCD, Milton Bigucci.

Parceria
O empresário afirma que o não-esclarecimento dos detalhes técnicos da obra é um dos fatores que impedem o aumento dos preços. Por isso, ainda há muito espaço para ser comercializado. ‘Isso tudo deverá mudar quando obra realmente sair do papel. Enquanto isso não acontecer nada muda’ ressalta Bigucci.

Avaliada em R$ 2,5 bilhões, a parte Sul será construída através de uma parceria entre União e Estado. O Planalto assumiu o compromisso de investir R$ 700 milhões durante os cinco anos em que a obra está prevista, liberando R$ 140 milhões por ano. O restante caberá ao governo de São Paulo. Para o próximo ano, o projeto deverá receber R$ 368 milhões, de acordo com o projeto de lei orçamentária estadual, que aguarda aprovação na Assembléia Legislativa.

(Gazeta Mercantil/Gazeta do Brasil – Pág. 13)