A saúde que avança

Correio Popular - Campinas - Quarta-feira, 15 de dezembro de 2004

qua, 15/12/2004 - 9h29 | Do Portal do Governo

No mundo da iniciativa privada, saem na frente as empresas que antecipam-se às necessidades de seus clientes, estabelecendo estratégias e metas de resultado

Luiz Roberto Barra das Barata

No mundo da iniciativa privada, saem na frente as empresas que antecipam-se às necessidades de seus clientes, estabelecendo estratégias e metas de resultado. Em matéria de saúde pública, as necessidades de uma população também crescem e mudam ano a ano. A expectativa de vida aumenta, a medicina se renova, surgem desafios na área de prevenção e controle de doenças, as pessoas querem viver com mais qualidade e informação. Cabe aos governantes a tarefa de acompanhar e agir diante das transformações, identificando as demandas regionais, atuando com firmeza e transparência.

O trabalho incessante na busca pelo aprimoramento dos serviços públicos de saúde gera, indubitavelmente, resultados positivos, embora essa realidade nem sempre esteja clara aos olhos do cidadão. Torna-se imperioso, portanto, prestar contas, mostrar os avanços, e nesse sentido 2004 trouxe boas notícias para o Estado de São Paulo.

Em Campinas, particularmente, os indicadores de saúde falam por si. É o caso da mortalidade infantil, que na região apresenta índice de 13,5 óbitos por mil nascidos vivos, queda de 38,1% em relação a 1995. Os casos de dengue também acompanharam a tendência de queda verificada em todo o Estado neste ano.

O Hospital das Clínicas da Unicamp, ligado à Secretaria, também mereceu especial atenção do governo neste ano, com o repasse extra de R$ 2,1 milhões para ampliação do número de leitos de UTI Adulto e Infantil e compra de novos equipamentos como ventiladores, monitores, bombas e macas.

No Estado, logo no início do ano, os cerca de 500 mil moradores da região de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, receberam um novo e moderno hospital, em Francisco Morato, uma área carente de leitos e priorizada pelo governo paulista. Foi o 16º hospital entregue desde 1995 pelo Estado, que ainda recuperou e concluiu 15 obras iniciadas e abandonadas por governos anteriores.

O investimento em novas unidades não parou por aí. Em maio foi a vez de Taubaté ganhar um hospital regional, com a desapropriação do antigo Hosic (Hospital Santa Isabel de Clínicas). Já em Mogi das Cruzes, foi entregue a ampliação de 250 leitos do Hospital Luzia de Pinho Melo, que ganhou novos serviços e se tornou referência para a região do Alto Tietê.

Ao mesmo tempo, a Secretaria de Estado da Saúde priorizou, neste ano, a reforma de suas unidades de administração direta, como os hospitais Darcy Vargas e Mandaqui, além de dar continuidade às obras do Instituto Doutor Arnaldo – o último esqueleto de hospital deixado por governos anteriores – que será inaugurado em 2006 como um moderno centro de tratamento em alta complexidade e assistência à mulher.

Isso sem nos esquecermos do imprescindível auxílio às santas casas e entidades filantrópicas, que receberam cerca de R$ 110 milhões em auxílio do governo estadual para ampliação de leitos e custeio de seus serviços, beneficiando milhares de pessoas atendidas pelo SUS (Sistema Único de Saúde) no Estado.

Outro avanço importante foi o investimento em remédios. Um grande passo marcou o trabalho de 2004, com o início das obras da segunda fábrica da Furp (Fundação para o Remédio Popular), em Américo Brasiliense (região de Araraquara), que produzirá, a partir de 2006, 1,8 milhão de ampolas e outras 100 milhões de comprimidos por mês, ampliando a assistência farmacêutica gratuita para a população.

Na capital, as Farmácias Dose Certa, implantadas em 10 estações do metrô desde agosto, distribuem gratuitamente 40 tipos de medicamentos básicos, reforçando o atendimento dos postos de saúde e complementando o programa estadual Dose Certa, que abastece os municípios paulistas desde 1995.

Além disso, e igualmente fundamental, foi o aprimoramento do programa de medicamentos de Alto Custo, que só no primeiro semestre atendeu mensalmente cerca de 110 mil pacientes no Estado. Paralelamente, o governo deflagrou o processo de informatização das Farmácias de Alto Custo, agilizando o atendimento e reduzindo o tempo de espera.

Novamente, neste ano, as campanhas de vacinação contra a paralisia infantil e gripe atingiram suas metas. O tema imunização ganhou visibilidade com o início da construção da fábrica de vacinas contra a gripe e os recentes acordos internacionais firmados pelo Instituto Butantan, órgão da Secretaria, para a produção de vacinas inéditas no Brasil, contra doenças como rotavirus, HPV, coqueluche e hepatite B (juntas em apenas uma vacina) e pneumonia.

Luiz Roberto Barradas Barata é médico sanitarista e secretário de Estado da Saúde de São Paulo.