A saúde que avança

Diário de S. Paulo - São Paulo - Segunda-feira, 6 de dezembro de 2004

seg, 06/12/2004 - 9h49 | Do Portal do Governo

LUIZ ROBERTO BARRADAS BARATA

OPINIÃO

Em matéria de saúde pública, as necessidades de uma população crescem ano a ano. A expectativa de vida aumenta, a medicina se renova, surgem desafios na área de controle de doenças, as pessoas querem viver com mais qualidade e informação. Cabe aos governantes a tarefa de acompanhar e agir diante dessas transformações.

O trabalho na busca pelo aprimoramento dos serviços de saúde gera resultados positivos, embora essa realidade nem sempre esteja clara aos olhos do cidadão. Torna-se imperioso, portanto, prestar contas, mostrar os avanços, e 2004 trouxe boas notícias para o estado de São Paulo.

Logo no início do ano, os cerca de 500 mil moradores da região de Franco da Rocha receberam um novo e moderno hospital, em Francisco Morato, uma área carente de leitos priorizada pelo Governo. Foi o 16º hospital entregue desde 1995 pelo estado.

O investimento em unidades não parou por aí. Em maio foi a vez de Taubaté, no Interior, ganhar um hospital regional, com a desapropriação do antigo Hosic. Já em Mogi das Cruzes, foi entregue a ampliação de 250 leitos do Hospital Luzia de Pinho Melo, que ganhou novos serviços e se tornou referência para a região do Alto Tietê.

Ao mesmo tempo, a Secretaria de Estado da Saúde priorizou a reforma de suas unidades de administração direta, além de dar continuidade às obras do Instituto Doutor Arnaldo — o último esqueleto de hospital deixado por governos anteriores — que será inaugurado em 2006 como um moderno centro de tratamento em alta complexidade e assistência à mulher. Isso sem nos esquecermos do imprescindível auxílio às Santas Casas e entidades filantrópicas, que receberam cerca de R$ 110 milhões do Governo estadual.

Outro avanço importante foi o investimento em remédios. Um grande passo foi o início das obras da segunda fábrica da Furp (Fundação para o Remédio Popular), em Américo Brasiliense, que produzirá, a partir de 2006, 1,8 milhão de ampolas e outras 100 milhões de comprimidos por mês, ampliando a assistência farmacêutica gratuita.

Na Capital, as Farmácias Dose Certa, implantadas em 10 estações do metrô desde agosto, distribuem gratuitamente 40 tipos de medicamentos básicos, reforçando o atendimento dos postos de saúde e complementando o programa estadual Dose Certa, que abastece os municípios paulistas desde 1995.

Igualmente fundamental foi o aprimoramento do programa de medicamentos de Alto Custo, que só no primeiro semestre atendeu mensalmente cerca de 110 mil pacientes no estado. Paralelamente, o Governo deflagrou o processo de informatização das Farmácias de Alto Custo, agilizando o atendimento.

Novamente as campanhas de vacinação contra a paralisia infantil e gripe atingiram suas metas. O tema imunização ganhou visibilidade, com o início da construção da fábrica de vacinas contra a gripe e os recentes acordos internacionais firmados pelo Instituto Butantan para a produção de vacinas inéditas no Brasil, contra doenças como rotavírus, HPV, coqueluche e hepatite B (juntas em apenas uma vacina) e pneumonia.

A humanização do atendimento nos hospitais estaduais ganhou contornos definitivos, com o lançamento do projeto Jovens Acolhedores em 29 unidades. Cerca de 350 universitários passaram a prestar a primeira assistência a pacientes e familiares, orientando, confortando e transmitindo informações precisas. As ações foram complementadas com a implantação dos projetos Conte Comigo, espécie de ampliação do Serviço de Atendimento ao Cidadão, e Leia Comigo, salas de leitura para pacientes.

Por fim, 2004 marcou a taxa de mortalidade infantil mais baixa da história no estado, a queda de 85% no número de casos de dengue, e o recorde no número de transplantes de órgãos.

No próximo ano, queremos aprofundar a integração com os municípios, racionalizando as demandas na área de atenção básica em saúde. Concluiremos a reforma de quatro hospitais e completaremos a modernização de outros, investindo R$ 30 milhões na compra de novos equipamentos. Iniciaremos, ainda, a construção da fábrica de hemoderivados, dando o passo decisivo para sermos auto-suficiente na área de imunobiológicos. A saúde que avança terá novos desdobramentos em 2005, com planejamento e prioridades certas.

Luiz Roberto Barradas Barata é médico sanitarista e secretário de Estado da Saúde de São Paulo