A Paulista revive

Jornal da Tarde - Segunda-feira, 26 de julho de 2004

seg, 26/07/2004 - 9h39 | Do Portal do Governo

EDITORIAL

A recuperação da Paulista já é um fato e agora cabe à Prefeitura dar a sua contribuição para consolidá-la

A recuperação da Avenida Paulista, que vive um novo boom imobiliário, além de ser uma boa notícia para esta cidade tão carente delas, neste ano em que comemora o 450º aniversário de sua fundação, tem outro aspecto importante para o qual se deve chamar a atenção. Essa via eleita como símbolo de São Paulo ressurge graças a um movimento que brotou da sociedade, liderado pela Associação Paulista Viva e com ativa participação de um grupo de empresários que dali dirigem seus negócios.
Após uma década sem novas construções, a Paulista apresenta hoje o menor índice – 12% – de vagas para locação na cidade. O metro quadrado, que no ano passado era cotado ali a R$ 20,00, hoje mais que dobrou. Há prédios que estão sendo alugados por R$ 65,00 o metro quadrado. Está prevista para os próximos dois anos a construção de pelo menos cinco novos imóveis comerciais de alto padrão. Muitos empresários que deixaram a região, migrando para novos centros por causa da insegurança, má conservação da via e a multiplicação de manifestações populares, parecem se ter cansado dos transtornos do trânsito no eixo Faria Lima-Juscelino Kubitschek-Luís Carlos Berrini e já se sentem novamente atraídos pela Paulista.

Além disso, a Paulista tem acesso fácil, bom transporte público e grande oferta de opções de lazer. E, atualmente, maior segurança, um elemento de importância decisiva. Recorde-se que uma consulta popular, promovida pela Associação Paulista Viva em 2001, indicou que as principais reivindicações de 1,5 milhão de pessoas que trabalham nas 624 empresas da região eram: melhorias na segurança pública, nas calçadas – tomadas por camelôs, traficantes e trombadinhas – e no trânsito.

Como resultado dessa pesquisa, promoveu-se a instalação ao longo da avenida de cabines projetadas especialmente para facilitar o policiamento preventivo, dentro de um programa de cooperação entre empresários e a Polícia Militar, o que fez baixar em 75% os índices de roubo, furto e estelionato. Também colaborou para isto o aumento da fiscalização do comércio ambulante. Estes foram elementos essenciais para a nova fase que a Paulista está vivendo.

A Associação Paulista Viva fez competentemente a sua parte, mas ainda falta muito para consolidar a revitalização dessa avenida, na qual a Prefeitura tem um papel importante a desempenhar. As calçadas continuam esburacadas e o projeto de recuperação da Paulista prometido pela administração municipal infelizmente ainda não foi implantado.

A Prefeitura tem boas razões para fazer agora a parte que lhe cabe. Afinal, a Paulista é responsável por quase um terço do Imposto Predial e Territorial Urbano IPTU da capital. E o boom imobiliário e a reativação dos negócios, como conseqüência do processo de recuperação da avenida, terão reflexos positivos também para os cofres municipais.