A morte é bela

O Estado de S.Paulo - Sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

sex, 23/03/2007 - 11h47 | Do Portal do Governo

De O Estado de S.Paulo

As figuras rechonchudas e as cores alegres, características que tornaram as pinturas de Fernando Botero valiosas e inconfundíveis, não desapareceram das telas. Mesmo quando, nesse cenário festivo e quase cômico, o que mais se vê são cenas de atentados terroristas, seqüestro ou tortura. O pintor desenvolveu esses temas entre 1999 e 2004, em seu trabalho sobre a violência da Colômbia – país onde nasceu, apesar de viver na Itália há mais de 50 anos .

Doadas ao Museu Nacional de Bogotá por Botero em 2004, que se negou a “fazer negócio com a dor da Colômbia”, as 25 telas e os 42 desenhos são exibidos pela primeira vez em São Paulo a partir de hoje (23), no Memorial da América Latina. A exposição A Dor dos Colombianos, por Botero faz parte das comemorações dos 18 anos do Memorial.

Além das cenas de fogo cruzado e de cidades completamente destruídas, a idéia da morte sempre aparece de alguma forma nas telas, mesmo que seja simbolizada por meio de seus famosos presságios, como urubus e caveiras. Às vezes, porém, essas figuras são representadas como a única alternativa ao sofrimento dos colombianos. É o caso da obra em que um esqueleto abraça um seqüestrado, batizada com o sutil nome de ‘Um Consolo’.

(SERVIÇO)

Onde: Memorial da América Latina.

Galeria Marta Traba. Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, 3823-4600, metrô Barra Funda.

Quando: 9h/19h (fecha 2ª). Abre 23/3.

Até 26/4. Quanto:Grátis.