A mata atlântica na Capital

Jornal da Tarde - Domingo, dia 14 de janeiro de 2007

dom, 14/01/2007 - 16h10 | Do Portal do Governo

Jornal da Tarde

MARIA REHDER, maria.rehder@grupoestado.com.br

Aproveitar as férias escolares para realizar um passeio educativo no Jardim Botânico, a terceira maior reserva de Mata Atlântica da Capital. Essa é a sugestão de atividade proposta pelo JT, em parceria com a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, por meio da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (Cenp) e da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE).

Esse passeio educativo pode ser desenvolvido tanto por professores como por pais de alunos do Ensino Fundamental.

INTRODUÇÃO

A visita ao Jardim Botânico pode ser apresentada como um ponto de partida para um trabalho mais detalhado sobre meio ambiente, a ser desenvolvido ao longo de um período predeterminado.

O Jardim Botânico pertence ao Instituto de Botânica da Secretaria do Meio Ambiente e ocupa 36 hectares do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (Pefi). No bairro do Ipiranga localiza-se o Córrego Ipiranga, às margens onde D. Pedro proclamou a Independência do Brasil, e o Jardim Botânico abriga uma das nascentes desse rio. É nesse ambiente que surge o cenário para um passeio enriquecedor, cujo objetivo é propiciar aos visitantes uma aula de conscientização de preservação da biodiversidade do Planeta.

ATIVIDADE

Antes de iniciar o passeio, coloque para o grupo a seguinte situação imaginária: o que aconteceria se, de repente, todas as plantas desaparecessem da face Terra?

Essa pergunta terá o objetivo de desencadear uma reflexão sobre a importância das plantas e a necessidade de preservá-las.

É neste contexto que surgirão questões como a ocorrência do ciclo da água, a regulação do clima, a proteção e fonte de alimentos, o equilíbrio ecológico entre outros assuntos que poderão ser aprofundados, de acordo com a necessidade do grupo de visitantes e o planejamento do educador responsável pela atividade.

Para os visitantes que estejam cursando de 5ª a 8ª série também seria interessante utilizar neste momento de reflexão as notícias de jornal que tratam das questões do meio ambiente, como devastação.

Esta é uma estratégia didática que pode favorecer a abordagem dos diversos aspectos ambientais e ao mesmo tempo trabalhar a capacidade de interpretação de todos os alunos.

MATERIAL

Lápis preto, lápis de cor, canetas hidrográficas, giz de cera, papel sulfite, cartolina, câmera fotográfica e prancheta.

OBJETIVO

O passeio educativo ao Jardim Botânico permitirá ao visitante: 1) compreender a importância da vegetação; 2) observar a biodiversidade; 3) perceber a importância da sua conservação; 4) conhecer espécies características da Mata Atlântica; 5) desenvolver maior respeito pelo ambiente a sua volta; 6) reconhecer a importância da preservação dos recursos hídricos para a vida no Planeta; 7) desenvolver habilidades como o domínio da linguagem escrita, do desenho e da fotografia.

DESENVOLVIMENTO

Todas as pessoas sabem que um jardim é um local de plantas, no entanto, um Jardim Botânico em meio ao espaço urbano é uma área delimitada para o cultivo, manutenção, conservação e divulgação da vegetação em seu local de origem e de plantas de fora.

É neste contexto que os alunos terão o desafio de perceber quais são as coleções de plantas que o Jardim Botânico de São Paulo possui.

Após organizados os grupos para o passeio, cada um deles ficará encarregado de observar um conjunto diferente de plantas e registrar por meio de desenho ou fotografia suas principais características, destacando a importância de seu cultivo. Entre eles:1) plantas silvestres – que se desenvolvem sem serem cultivadas; 2) plantas medicinais; 3) plantas ornamentais; e 4) plantas ameaçadas de extinção.

Vale ressaltar que, uma semana antes da visita, cada grupo deverá levantar informações sobre as plantas que deverão observar. O ato de desenhar ou fotografar são formas de estudar as plantas sem colocá-las em situação de risco.

Deve-se chamar a atenção para que galhos ou folhas não sejam retirados das plantas durante o passeio, pois isso pode acarretar futura extinção da espécie.

Os visitantes não podem esquecer de levar as pranchetas durante o passeio para realizar as anotações e os esboços que facilitem o desenho das plantas observadas.

MULTIPLICANDO

No retorno à escola, os grupos organizam suas observações e informações para a elaboração de exposição de fotos e desenhos. Nesse momento, oriente na construção de legendas e na escolha de um nome para a exposição. A mostra de trabalhos pode ser aberta com um convite aos pais e à comunidade escolar.

PAPEL DO EDUCADOR

O responsável pela visita deverá agendar o passeio com antecedência e organizar as etapas de trabalho aqui propostas para a realização em classe ou casa. Seria interessante se o educador levantasse previamente algumas questões a serem levantadas aos monitores do Jardim Botânico, que são pessoas especializadas em educação ambiental.

Na escola, o professor deve reservar local e horário para a realização de uma exposição dos trabalhos produzidos pelos alunos a partir dessa visita.Se a atividade for desenvolvida pelos pais, eles, nesse passeio, terão a oportunidade de relembrar o que aprenderam sobre as plantas e ensinar aos filhos o que sabem. Seja a respeito de hábitos, de tradições, de chás e até mesmo daquele tempero aromático usado pela avó.

BIBLIOGRAFIA

O Mundo das Plantas – série “Saber Mais”, Deborah Yara Alves Cursino dos Santos. São Paulo: Ática; Ciência Hoje das Crianças – Revista de Divulgação Científica para Crianças ano 19/ nº 167, abril de 2006; Ensinando a Criança a Amar a Natureza, Vania Dohme e Walter Dohme, Ed. Informal, Equipe da Cenp/SEE: Sônia Maria Silva, coordenadora da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas; Eleuza Guazelli, bióloga psicopedagoga e membro da Cenp; Assessorias de Imprensa da SEE e FDE.