EDITORIAL
Idealizado para ser o maior hospital do Vale do Paraíba, o Santa Isabel virou, ao longo dos anos, um elefante branco.
Sua manutenção ficou cara demais, sua administração não se profissionalizou na medida certa e suas instalações passaram a sofrer com casos de infecção hospitalar, falta crônica de medicamentos (o que levou à sua interdição) e um falso respaldo do governo federal para a área da Saúde – mal que atinge todos os hospitais e santas casas do Brasil, com verbas mínimas sendo distribuídas a conta-gotas, sem critério técnico definido. Tudo isso levou o Santa Isabel – rebatizado de Santa Isabel de Clínicas nos anos 80 – para um estágio crítico.
Esse é o patrimônio que o Estado assumiu esta semana, com a meta de instalar o Hospital Regional do Vale do Paraíba, promessa de campanha do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Apesar de todos os senões e sem medo de cair em contradições aparentes, o Santa Isabel é um patrimônio invejável. O hospital tem uma boa infra-estrutura (que terá que passar por uma reforma geral para ser otimizada), um bom quadro de funcionários e uma importância estratégica para uma região de 2 milhões de habitantes. Cabe ao Estado corrigir – por meio do Hospital Bandeirante, que vai gerenciar o Hospital Regional em seu dia-a-dia – os erros de gestão cometidos e municiar a unidade de recursos necessários para voltar a ser uma referência regional, como foi o velho Santa Isabel. É um desafio e tanto.
Importante nesta fase de transição que o Bandeirante venha a público apresentar seus projetos, metas e prazos para a consolidação do Hospital Regional. Afinal, a expectativa em torno do Hospital Regional é grande, não apenas da parte do governo do Estado e dos prefeitos da região, que avalizaram o projeto de Alckmin. Mas, principalmente, da parte da população do Vale do Paraíba, que merece ter a retaguarda de um bom hospital público.
