A escola no fim de semana

O Estado de S.Paulo - 2/6/2003

seg, 02/06/2003 - 10h23 | Do Portal do Governo

No segundo semestre letivo, as 6 mil escolas públicas estaduais paulistas estarão abertas nos fins de semana e feriados. Uma parceria entre a Secretaria da Educação, a Unesco e um instituto de apoio ao trabalho voluntário permitirá a reunião de alunos e suas famílias nas escolas. Ao anunciar o programa, o governador Geraldo Alckmin lembrou que os índices de violência crescem exatamente nos fins de semana, mas nos bairros onde 600 escolas já permanecem abertas aos sábados e domingos ‘os índices melhoraram bastante’. O governador anunciou que o programa ‘Escola da Família: Espaços da Paz’ será implementado em todos os 645 municípios paulistas. O governo investirá nesse programa, no próximo semestre, R$ 60 milhões.

O projeto está baseado em um tripé formado pelo trabalho de universitários, voluntários e coordenadores profissionais. O candidato a universitário monitor receberá bolsas de estudos em troca de 16 horas de serviços prestados nas escolas nos fins de semana, mais 4 horas durante a semana. Uma condição essencial para a inscrição no programa é que o candidato tenha cursado o ensino médio na rede pública. A bolsa se destina ao pagamento da mensalidade escolar do universitário monitor e será de R$ 267,00. Terão preferência os alunos de renda familiar mais baixa das unidades de ensino superior credenciadas na Secretaria da Educação. Caso a mensalidade paga pelo aluno seja maior que esse valor, o restante será coberto pela faculdade. Também terá prioridade o aluno matriculado em cursos de licenciatura, que formam professores. De fato, os alunos desses cursos são os que têm maiores dificuldades para pagar suas mensalidades. O Sindicato das Mantenedoras do Estado de São Paulo e a Associação Nacional de Faculdades e Institutos Superiores, que representam o ensino superior privado, aplaudiram enfaticamente a iniciativa.

Cada escola pública terá de dois a seis universitários como monitores e haverá também um educador profissional em cada unidade, para orientar as atividades dos universitários. Esse educador será contratado pelas Associações de Pais e Mestres de cada escola e pago pelo governo estadual.

Pretende-se, assim, atingir um dos objetivos mais importantes do projeto:

incentivar ao máximo a integração entre a comunidade e a escola. Essa integração reduz os casos de depredação do patrimônio público e, sobretudo, é uma forma de fazer com que a fiscalização do serviço prestado pelo Estado seja implementada por quem o recebe. A experiência mostra que, quando os pais começam a visitar a escola nos fins de semana, aumenta-se a probabilidade de que a visitem também no horário escolar e, portanto, conheçam os professores e o diretor e os auxiliem a educar seus filhos. Além disso, a dedicação dos bons professores torna-se reconhecida pela comunidade. O processo educacional só tem a ganhar com essa integração família-escola.