EDITORIAL
O engajamento da sociedade civil de Campinas no combate à criminalidade resultou num serviço público, gerenciado por ONG, de comprovada eficiência
Quando, em fevereiro de 2002, começou a funcionar em Campinas o Disque-Denúncia (32363040), serviço que disponibiliza esse telefone para receber denúncias anônimas de crimes ou sinais de sua iminente ocorrência, a cidade e a região deram um significativo salto de operatividade no empenho cotidiano de diminuir a criminalidade.
As polícias Militar e Civil ficam de posse imediata, por meio desse serviço, de informações sobre delitos, podendo assim acionar as equipes em tempo hábil e resolver esses delitos que, sem o Disque-Denúncia, seriam de difícil solução.
Gerenciado pela Organização Não-Governamental (ONG) Movimento Vida Melhor, o Disque-Denúncia desde logo resultou em avanços, nessa guerra anticrime.
A população da cidade e de cidades vizinhas, mobilizada na tarefa de colaborar com as autoridades policiais, demonstrou plena consciência da importância dessa participação e do caráter eficaz do serviço.
Dado que, desde o início, o trabalho da polícia, em resposta ao empenho do cidadão que denuncia crimes, configurou-se ágil e profícuo na solução de grande parte dos casos denunciados, a confiança da população aumentou. Esse aspecto positivo do processo provocou o correlato aumento contínuo do número de ligações, ao longo do tempo.
É por essa integração de propósitos e essa confiança da população que o Disque-Denúncia atinge o seu terceiro ano de atividade ostentando significativas estatísticas, no combate ao crime.
Como noticiamos na quinta-feira, o serviço cresceu 47% no ano passado, e a média de crimes solucionados aumentou 18%. É estimulante o número de crimes solucionados, com a imprescindível colaboração do cidadão, desde o início das operações do serviço, em 2002, até o final de 2004. Foram: nada menos que 1.249 crimes resolvidos.
No levantamento divulgado pela ONG, só no ano passado foram feitas 8.570 denúncias.
Ao comentar tal desempenho do serviço, o coordenador nacional do Disque-Denúncia, Zeca Borges, frisou alguns pontos que pesaram na crescente performance que vem obtendo. Esses pontos incluem a participação cada vez mais intensa da população (porque confia na ação policial); o empenho dos policiais; a articulação harmônica da polícia com os funcionários do serviço e, afinal, o apoio e a divulgação por parte da imprensa.
Dado que Campinas é metrópole economicamente desenvolvida e, portanto, foco da atividade por exemplo de traficantes, as estatísticas dadas a público pela organização que gerencia o serviço indicaram que o tráfico de drogas é o crime mais reportado aos funcionários do Disque-Denúncia. A denúncia de tal delito representou 39,4% de todos os telefonemas do ano passado. Em segundo lugar vêm os crimes contra o patrimônio, como roubos e assaltos, com 19,23 % das denúncias.
A constatação da eficácia crescente do serviço é ao mesmo tempo referência estimulante, para a população continuar a participar, e, para os funcionários da atividade e especialmente os policiais, um reconhecimento pelo empenho, o que implica em dedicação cada vez mais apurada, nessa tarefa de alta relevância social.
