A busca pela eficiência

Brasil Econômico No fim de 2011, a Secretaria de Energia e a EDP Bandeirante, em parceria com a Prefeitura de Aparecida do Norte, lançaram o InovCity – projeto-piloto voltado à […]

seg, 12/03/2012 - 17h07 | Do Portal do Governo

Brasil Econômico

No fim de 2011, a Secretaria de Energia e a EDP Bandeirante, em parceria com a Prefeitura de Aparecida do Norte, lançaram o InovCity – projeto-piloto voltado à eficiência e à racionalização do uso de energia.

O objetivo é aplicar tecnologias em gerenciamento de consumo energético em toda a cidade. Dependendo dos resultados na economia e na qualidade de vida das pessoas, vamos levar o modelo para outros municípios.

Inicialmente, 15 mil medidores inteligentes serão instalados, acabando com erros de medição e permitindo a detecção de interrupções em tempo real.

Outros benefícios são o controle de fraudes e a redução dos custos de manutenção. Os medidores também abrem a possibilidade para a formulação de tarifas diferenciadas a partir da observação dos picos de consumo.

A iluminação pública e os semáforos serão substituídos por LEDs – mais duráveis e econômicos. Também haverá sistemas de gerenciamento que alteram a temporização em função do horário e do fluxo de veículos.

O InovCity é a primeira experiência do gênero no Brasil. Os resultados e as ideias surgidas serão levados à Aneel para contribuir com o aprimoramento da gestão de energia em nível nacional. 

Mas esta é apenas uma das medidas em curso para aumentar a eficiência dos gastos públicos na área de energia.

Hoje, a administração pública é responsável por 3% da eletricidade consumida anualmente no Brasil. Isto equivale a 160 mil GWh – o bastante para uma cidade de 50 mil habitantes. Não fosse o desperdício, este consumo poderia ser menor.

Só em São Paulo, os gastos com energia elétrica nas 19 mil instalações do estado chegam a R$ 365 milhões anuais. 

Para reduzir estes custos, a Secretaria de Energia começou a revisar todos os contratos de energia do setor público estadual. 

Apenas nas primeiras 173 unidades analisadas, a economia foi de R$ 5 milhões. Concluída a análise das unidades, o passo seguinte será gerenciar contas e contratos de fornecimento.

A Secretaria de Energia deve firmar em breve com a USP um convênio para levar a todo o estado o Programa Permanente para o Uso Eficiente de Energia da USP (Pure) – do Grupo de Energia do Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétrica da Escola Politécnica (Gepea).

O acompanhamento das faturas permitirá aplicar práticas de gestão de energia em prédios e instalações públicas, reduzindo despesas e desperdícios. 

Além do mais, o programa permite saber o perfil de consumo dos órgãos públicos, de modo a subsidiar políticas futuras. Isto nos fará cumprir com sobras as metas de economia de energia do Plano Nacional de Energia 2030. 

Fazer mais com menos, melhorar os gastos públicos, aumentar o volume de investimentos. Estes são compromissos permanentes do governador Geraldo Alckmin. 

A busca pela eficiência é uma meta comum tanto aos setores público e privado quanto à sociedade civil. Com uma diferença: no estado, o dinheiro é público. 

Ou seja, seu uso deve sempre visar o benefício do máximo de pessoas. Este deveria ser o 1º mandamento dos governos. Infelizmente, não é.

José Aníbal é economista e secretário de Energia de São Paulo