94 postos vistoriados. E dá-lhe fraude

Jornal da Tarde - São Paulo - Quarta-feira, 1º de dezembro de 2004

qua, 01/12/2004 - 9h25 | Do Portal do Governo

Operação descobriu, entre as irregularidades, até uma espécie de chave que permite alterar o preço da gasolina durante o abastecimento

Marcelo Godoy

Na maior operação já feita na cidade para combater a máfia dos combustíveis, 200 policiais civis e peritos criminais vistoriaram ontem 94 postos de São Paulo. As equipes recolheram amostras de gasolina e de álcool para verificar a presença de solventes e excesso de álcool na gasolina. Também averiguaram as bombas para saber se os postos fraudavam o volume de combustível vendido – houve caso em que a bomba marcava até 50% a mais do que entrava no tanque dos veículos. Cinco postos foram flagrados pela polícia e seus responsáveis presos por crime contra relações de consumo.

‘Descobrimos até uma nova modalidade de fraude’, contou o delegado Antonio Chaves Martins Fontes, diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap). Foi num posto da Rua Barão de Campinas, nos Campos Elísios, centro de São Paulo. Duas das bombas tinham uma espécie de chave na qual o frentista podia alterar o preço do litro do combustível durante o abastecimento. O cliente via na bomba R$ 1,90 pelo litro de gasolina, mas, quando ela começava a encher o tanque, o preço passava a R$ 2,10.

Em três postos foram constatadas fraudes no volume de venda registrado na bomba e, em outro, a polícia encontrou óleos e aditivos com prazos de validade vencidos.

Os peritos do Instituto de Criminalística recolheram 285 amostras de combustível, que serão analisadas em 30 dias. A operação, chamada Olho na Bomba, teve origem no trabalho feito pelo Departamento de Inteligência da Polícia (Dipol), que constatou fraude em cerca de 60% dos postos vistoriados no Estado. A operação pretendia fiscalizar 98 postos, mas quatro já estavam lacrados por ordem da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

‘É uma operação que não tem data para acabar’, prometeu Martins Fontes.