7.000 renovam suas assinaturas da Osesp

Folha de S.Paulo - Quinta-feira, 15 de dezembro de 2005

qui, 15/12/2005 - 15h28 | Do Portal do Governo

ERUDITO

Orquestra terá na próxima temporada os solistas Nelson Freire, Arnaldo Cohen e Antonio Meneses

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Osesp está encerrando sua temporada de 2005 com o oratório ‘Elias’, de Felix Mendelssohn Bartoldi (1809-1847). As récitas serão hoje, sábado e na segunda-feira, com quatro solistas vocais, o coro da própria orquestra e a regência de John Neschling.

Depois disso, ela volta apenas em 8 de março, com a ‘Missa de Réquiem’, de Giuseppe Verdi, também com o maestro Neschling, seu diretor artístico.

Mas a novidade é outra. Dos 8.820 assinantes deste ano, quase 7.000 renovaram suas assinaturas, uma taxa invejavelmente elevada de renovação. Eles tiveram até o último dia 30 para fazê-lo.

Na última terça-feira, os novos assinantes já começaram a comprar seus pacotes de ingressos. Há pouco mais de 3.000 assinaturas disponíveis, com bons lugares sobretudo para as novas séries de concertos sinfônicos, nas noites das sextas-feiras.

As assinaturas cobrem de oito a nove concertos. A exemplo das vendidas nos seis anos anteriores, não trazem, individualmente, todas as apresentações.
Mas vejamos a temporada do ano que vem. Serão ao todo 130 apresentações, com 37 programas sinfônicos e 17 de câmara.

Os regentes convidados e os solistas integram em geral o que há de grande opção nas temporadas das outras grandes orquestras européias e americanas. Há muita gente boa pela frente.

Alguns exemplos. Entre os maestros, estarão com a Osesp Emmanuel Krivine e Alain Lombard, nomes conhecidos na discografia da música erudita, ambos em setembro. Em abril, a Osesp será regida por Ira Levin, maestro americano que foi até o ano passado diretor do Teatro Municipal.

Quanto aos solistas, os três principais nomes brasileiros radicados no exterior, os pianistas Nelson Freire e Arnaldo Cohen e o violoncelista Antonio Meneses, participam da temporada. O primeiro com o ‘Concerto nº 2’, de Prokofiev, no final de junho. O segundo com a ‘Rapsódia sobre um Tema de Paganini’, de Sergei Rachmaninov, em março, e o terceiro com as ‘Variações sobre Um Tema Rococó’, de Tchaikovsky, em outubro.

Os demais pianistas de 2006 serão os seguintes: Jean-Philippe Collard, Maria João Pires, Vladimir Feltsman, Freddy Kempf, Fábio Martino, Antti Sirala, Igor Ardasev, Emma Schmidt, Alfredo Perl e Ricardo Castro.

Os violinistas: Cláudio Cruz e Emmanuele Baldini (os dois spallas da Osesp), Boris Brovtsyn e Kuba Jakowicz. A orquestra também trará os violoncelistas Claudio Bohórquez, Jean-Guihen Queyras e Quirine Viersen, e ainda o oboísta Victor Aviat.

O repertório foi selecionado segundo os mesmos critérios que orientam a Osesp desde sua reformulação, em 1997. Há peças bastante conhecidas do público, como o ‘Prélude pour l’Après-Midi d’un Faune’, de Debussy, o ‘Concerto nº 3’, para piano, de Beethoven, a ‘Sinfonia nº 4’, de Mendelssohn ou a ‘Sinfonia em Ré’, de César Frank.

Num segundo grupo de escolha, Neschling seleciona obras pouquíssimo conhecidas, que ampliam o conhecimento do público e dos próprios músicos. São o caso de Erwin Schulhoff, Mieczyslaw Karlowicz e Alfredo Casella.

Há ainda as obras sinfônicas com grande orquestração e escrita sutil, que em geral desencorajam as orquestras brasileiras sem grandes ambições técnicas. Estão, no caso, duas sinfonias de Mahler, uma de Bruckner (a ‘Oitava’) e, sobretudo, três sinfonias de Dmitri Chostakovich, de quem a Osesp vem se tornando uma especialista e cujo centenário de nascimento é lembrado em 2006.

Por fim, será também um ano com óperas em versão de concerto. Em abril, o primeiro ato de ‘A Valquíria’, de Wagner. Em setembro, ‘Il Tabarro’ e ‘Gianni Schicchi’, de Puccini, inéditas no Municipal há mais de 15 anos.