40% dos jovens não são imunes a hepatite B

Folha de S.Paulo - Terça-feira, 6 de janeiro de 2009

ter, 06/01/2009 - 10h22 | Do Portal do Governo

Ao menos 40% dos adolescentes paulistas entre 11 e 19 anos ainda não estão imunizados contra o vírus da hepatite B, o que levou a Secretaria de Estado da Saúde a aproveitar as férias escolares e iniciar ontem uma campanha de imunização. A meta é vacinar 2,3 milhões de jovens no Estado de São Paulo.

Um levantamento da secretaria mostrou que a faixa etária entre 11 e 14 anos de idade é a com menor cobertura da vacina no Estado, com apenas 59% de adesão, seguida pela de 15 a 19 anos, com 64%. O ideal é de 90% a 95% de cobertura.

De acordo com Helena Sato, diretora de imunização da secretaria, há muitos jovens que já tomaram uma ou duas doses da vacina, mas, como não completaram as três doses preconizadas, não estão completamente imunizados.

Nesses casos, explica Sato, não é preciso tomar as doses já aplicadas, desde que a pessoa consiga comprová-las por meio da caderneta de vacinação. “Se o jovem já tomou duas doses, só precisará tomar a última para estar imunizado”, diz.

A segunda dose deve ser aplicada um mês depois da inicial -a terceira e última, após seis meses. Cerca de 10% das pessoas, no entanto, não respondem à vacinação contra a hepatite B qualquer que seja o fabricante do produto.

Sato afirma que o foco da campanha nos adolescentes tem um propósito. Como a principal via de contaminação da hepatite B são as relações sexuais desprotegidas, a ideia é que eles estejam imunizados antes de iniciar a vida sexual. “A campanha nas férias escolares é para não ter desculpa.”

Atrair os jovens para os postos de saúde não será uma tarefa fácil. A Folha esteve ontem durante três horas no posto de vacinação do Instituto Pasteur, no Paraíso (zona sul de SP), e nenhum adolescente apareceu por lá nesse período.

A vacina é gratuita para pessoas entre zero e 19 anos e pode ser encontrada em qualquer posto de saúde. Entre os adultos, apenas os que pertencem aos grupos de risco (como os profissionais da saúde, os homossexuais e os usuários de drogas injetáveis) têm direito à imunização grátis.