232 mil servidores da Educação terão bônus no dia 10

Jornal da Tarde - São Paulo - Sábado, 5 de fevereiro de 2005

sáb, 05/02/2005 - 16h32 | Do Portal do Governo

Governo estadual dará abono referente ao desempenho no ano passado a 193.239 professores do ensino médio e fundamental e 39.111 diretores, coordenadores e demais funcionários. Prêmio máximo é de R$ 9.850

DANIEL FERNANDES

O governo estadual vai pagar a 193.239 professores do ensino médio e fundamental – e também para 39.111 diretores, coordenadores e demais funcionários da Secretaria da Educação – o bônus referente ao desempenho desses profissionais em 2004. O dinheiro desse prêmio, que não é extensivo aos servidores aposentados, será depositado na próxima quinta-feira.

De acordo com a secretaria, esse bônus oscila conforme o funcionário, mas muitos professores e diretores de escola receberão o prêmio máximo: R$ 9.850. Para o governo estadual, isso deve servir como motivo de comemoração, afinal, esse valor supera a quantia paga aos funcionários de grandes indústrias, como por exemplo as montadoras instaladas no ABCD.

Ainda segundo o governo estadual, a criação do bônus – quatro anos atrás – estimulou a freqüência dos professores. No ano de 2000, a média de faltas era de 18,4% – entre ausências justificadas e injustificadas. Durante o ano passado, esse porcentual médio recuou para 10,3%. Um dos critérios importantes para determinar o valor do bônus, inclusive, é a presença do professor em sala de aula.

A Secretaria de Educação leva em consideração – ainda – o desempenho dos alunos e da escola. Além dos professores, também receberão um bônus os diretores de escolas, coordenadores, assistentes de direção. Assim como os demais funcionários dessas instituições de ensino estadual e até os funcionários da Secretária de Educação.

Apesar de anunciar o depósito do bônus, o governo do estado não oferece nenhum canal de comunicação para que o funcionário descubra o valor de sua premiação, o que será possível, na prática, apenas no dia do depósito.

O sindicato dos professores – Apeoesp – recebeu com reserva o anúncio do governo. Para o presidente da entidade, Carlos Ramiro de Castro, a categoria gostaria que o governo estadual pensasse, primeiro, em reajustar os salários. De acordo com Castro, atualmente vigora apenas a política ‘baseada em gratificação, bônus e abonos.’
Dessa forma, o presidente da Apeoesp argumenta que não há valorização da evolução profissional dos professores. ‘Nem os aposentados’, comentou Castro, citando a parcela dos ex-trabalhadores não beneficiada pelos bônus. O dirigente sindical criticou ainda os critérios usados pelo governo para definir o valor dos prêmios aplicados a cada um dos professores da rede estadual. ‘Não há transparência’, concluiu.

Além de acompanhar a freqüência dos professores em sala de aula, a Secretaria de Educação observa o desempenho dos alunos. E o próprio presidente da Apeoesp reconhece que as regras são publicadas no Diário Oficial.