2006 tem recorde de transplantes em SP

Cosmo On Line - Quarta-feira, dia 6 de dezembro de 2006

qua, 06/12/2006 - 17h32 | Do Portal do Governo

Da Agência Anhanguera/Cosmo Ribeirão Preto

O melhor ano de transplantes da história. É o que aponta a Secretaria de Estado da Saúde, que coordena o sistema estadual de transplantes. Até 15 de novembro deste ano, foram feitos no Estado 5.735 transplantes de órgãos e córneas (consideradas tecidos), sem contar os de medula óssea, que são coordenados pelo Ministério da Saúde. Esta é a maior marca alcançada por um estado brasileiro até agora.

Em Campinas, os números também sugerem um crescimento. Apenas no Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), até setembro haviam sido realizados 200 transplantes, contra 243 feitos nos 12 meses de 2005. Os investimentos que a Organização de Procura de Órgãos (OPO) da Unicamp fez no sentido de ampliar as doações, como a busca ativa de doadores e a criação de uma “sala da família” , espaço exclusivo para atendimento de parentes de potenciais doadores, colaboraram para este quadro. No Brasil foram feitos 13.063 transplantes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) até outubro deste ano.

O neurocirurgião e coordenador da OPO, Helder Zambelli, explica que a partir do segundo semestre, o HC passou a manter uma enfermeira em plantão 24h, atuando nos hospitais da região à procura de potenciais doadores e orientando as equipes. Com esse trabalho, o número de notificações subiu de dez, em junho, para uma média de 20 a partir de julho. “E nosso objetivo é chegar a 30 ou 40 notificações por mês até meados de 2007” , adianta Zambelli.

Segundo ele, as OPOs têm atuado em dois frentes: intensificar o volume de notificações e reduzir a recusa familiar que continua alta, em torno de 40%. “Temos que aprimorar as formas de abordagem, e acolher melhor as famílias para tentar diminuir a resistência à doação” . De janeiro a novembro, a OPO somou 142 notificações de potenciais doadores. Desses, 41 doações se efetivaram, 50 foram não doadores e em 51 casos houve recusa familiar.

Para quem já sentiu na pele a angústia de esperar por um órgão, o recorde de transplantes é uma benção. “Que boa notícia. Só quem teve a felicidade de receber um órgão é capaz de avaliar a importância desse avanço” , afirma Débora Pereira Fernandes Domingues. Ela amargou sete anos e meio de hemodiálise até receber um rim compatível, de doador cadáver, em janeiro de 2004. “Graças ao transplante recuperei minha vida” , diz Débora. Hoje ela está tão bem que cuida a semana toda de um sobrinha de 1 ano enquanto os pais trabalham, e se prepara para uma viagem no fim de semana. “Agradeço a Deus todos os dias pelo rim que me foi doado” .

O Estado de São Paulo responde por cerca de 45% dos transplantes de todo o Brasil, número que cresce a cada ano. Para estimular a doação, a Secretaria desenvolve campanhas constantes. A mais recente, em parceria com a organização não-governamental Doe Vida e a concessionária Renovias, que administra cinco estradas ligando a região de Campinas com o Circuito das Águas e o Sul de Minas, distribui material informativo e recibos de pedágio com mensagens de incentivo.