A Universidade de São Paulo (USP) estuda utilizar o desempenho na primeira fase do vestibular da Fuvest para substituir a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na concessão do bônus de até 6% aos estudantes egressos de escolas públicas.
Na avaliação dos professores da USP, diante da realidade de adiamento do exame, um possível descarte do uso das notas do Enem na Fuvest – neste ano, o exame pode render até 20% de bônus a todos os candidatos – não comprometeria o processo de seleção, mas teria impacto no programa de inclusão social (Inclusp), que prevê bônus adicionais aos estudantes oriundos de colégios públicos.
Uma posição oficial da USP pode ser tomada amanhã, após reunião de professores da universidade com a pró-reitora de graduação, Selma Garrido Pimenta. Mas a Fuvest já realiza simulações de como seria conceder o bônus com base nas notas da 1ª fase, sem considerar o Enem.
A medida seria uma alternativa para se preservar os critérios que norteiam o Inclusp, criado para o vestibular 2007 e que neste ano conseguiu elevar para 30% o porcentual de egressos de escolas públicas aprovados no vestibular.
Cogitou-se também usar uma média do desempenho dos alunos do Inclusp no vestibular passado, mas essa opção não levaria em conta o mérito individual. Pelo Inclusp, o aluno da rede pública recebe até 12% de bônus na nota da primeira fase, sendo 6% pelo desempenho no Enem.
De 2008 a 2009, a quantidade de aprovados na USP que cursaram o ensino médio no sistema público subiu de 2.706 para 3.146, sendo que 953 deles só entraram em razão da bonificação extra. A rede pública tem representado de 30% e 35% das inscrições da Fuvest.
Para usar o Enem, a USP precisaria receber os dados, no máximo, dias depois da prova da primeira fase, marcada para 22 de novembro. A divulgação da convocação da segunda fase da Fuvest está prevista para 14 de dezembro.
