Para reforçar a importância deste período na vida de todos os cidadãos, a Semana Mundial de Aleitamento Materno foi instituída entre os dias 1º e 8 de agosto. Ciente disso, a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) reduziu a carga horária de trabalho em duas horas diárias das funcionárias que estão amamentando, até o filho completar um ano de idade.
Concedida por meio de um Acordo Coletivo, a medida já beneficiou 634 trabalhadoras. Isso porque, conforme a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), as empresas devem permitir somente dois intervalos de meia hora para a amamentação até os seis meses da criança.
Funcionária da CPTM há seis anos, a oficial de manutenção elétrica Viviane Pereira de Oliveira, 28, reconhece os benefícios não só na saúde do pequeno Joaquim, de 10 meses, mas também na relação entre os dois: “Não teve nenhum resfriado, acredito que seja por conta da amamentação. Além do momento que tenho com ele e o afeto”, diz.
Isis Tasselli Gomes é técnica de manutenção de projetos e obras da CPTM há 10 anos e também percebe o vínculo criado neste período. Ela revela o receio que teve em relação à alimentação do filho Murillo, de 10 meses, ao retornar ao trabalho, mas afirma que o leite materno é o principal alimento e nunca fez uso de fórmulas. Murillo costuma mamar cerca de 4 vezes durante à noite e no período da manhã, antes de Isis ir ao trabalho, e quando ela retorna.
A pequena Fernanda, de seis meses, se beneficiou pela exclusividade do leite materno. Sua mãe, Elisa Barbara Cordeiro Correia, 39, conta que a filha demorou a adoecer. A primeira vez foi após entrar na creche. A agente da Estação Pinheiros trabalha na Companhia há 6 anos e diz que não teve o benefício para dedicar-se a amamentação na época do nascimento da sua primeira filha, Larissa Moreira, hoje com 18 anos. E, por isso, Larissa parou de mamar antes dos seis meses. Elisa acredita que essa falta tenha provocado na filha resistência mais baixa às doenças.
Valorização da mulher no ambiente de trabalho
As histórias de Viviane, Isis e Elisa se misturam com as de outras 634 mulheres, e seus filhos, que já foram beneficiadas pela licença amamentação concedida pela CPTM desde sua criação, em 1992. A CPTM concede licença-maternidade de 180 dias desde que a Lei 11.770 foi sancionada em 9 de setembro de 2008.
Viviann Pinfari, chefe do DRHO (Departamento de Saúde Ocupacional Integral), ressalta que o estímulo da empresa à amamentação é uma das formas de trazer qualidade de vida para as funcionárias, além dos benefícios à saúde das crianças. “O benefício também é importante para ajudar essas mulheres a fazer uma transição mais tranquila no momento de retomada das atividades profissionais já que a chegada de um bebê exige a criação de uma nova rotina”.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida a fim de evitar desnutrição e doenças gastrointestinais e estima que o aleitamento materno, pelo menos nos dois primeiros anos, seja capaz de resguardar a vida de 820 mil crianças. Da mesma forma, há benefícios para as mamães, já que o ato de amamentar pode reduzir os riscos de desenvolvimento de diabetes tipo 2, câncer de mama e ovário.
