Serra participa da inauguração da centésima AMA na capital

… o Barradas, que é na verdade, é quem teve a idéia das AMAs. Ele era secretário estadual, mas várias pessoas concorreram com as idéias para que as AMAs fossem […]

sex, 18/04/2008 - 14h50 | Do Portal do Governo

… o Barradas, que é na verdade, é quem teve a idéia das AMAs. Ele era secretário estadual, mas várias pessoas concorreram com as idéias para que as AMAs fossem feitas. Junto a mim, o principal foi o Barradas. Realmente nós inauguramos a primeira lá no Jardim Ângela, que até hoje está funcionando e eu estou aqui vendo a diretora. Você ainda está lá? Agora ela coordena toda a ação do Santa Catarina na região, na Pedreira.

Bem, é um projeto que deu certo. Eu acho que quando nós entramos na Prefeitura, havia, aproximadamente, 400 mil consultas/ mês. É o que nós recebemos da gestão anterior. Hoje quantas são, Januário? Hoje são um milhão e 400. Basta mostrar essa diferença de 400 para 1,4 milhão na cidade.

Queria cumprimentar também o nosso prefeito da cidade de Buenos Aires. O problema que o pessoal tem com a Argentina aqui não é o futebol, até porque o Brasil não vai tão mal com a Argentina. O problema é que, aqui em São Paulo, toda vez que tem mau tempo, a televisão fala “onda fria vindo da Argentina”. Então o pessoal acha que o mau tempo vem de lá. Eu sou um defensor, até por laços familiares, porque sou neto de argentino. Tenho uma avó argentina, mas eu acho que o problema é o clima. E o jeito como a televisão apresenta.

Eu queria cumprimentar o deputado estadual Eli Correa Filho e os vereadores Farah; o Natalini, que nos falou aqui; o Bezerra, que é médico; o Juscelino; o Ricardo Teixeira; o Claudinho e o Goulart. Queria cumprimentar todos esses vereadores que nos acompanharam também na nossa gestão à frente da Prefeitura.

O Roberto Raimond, que é cônsul geral da Argentina em São Paulo; Abraham Szajman, que é uma personalidade importante na vida de São Paulo e presidente da Federação do Comércio. Aliás, a história dele está associada à história dos SESCs Culturais, que são uma coisa que marca, distingue a cidade de São Paulo nessa matéria, todos esses SESCs.

O Januário, que é o nosso secretário municipal da Saúde, que trabalhou comigo no Ministério da Saúde, foi presidente da Fundação Nacional de Saúde, da Funasa, e depois da Agência Nacional de Saúde, quando nós criamos essa agência que regulamenta, que monitora os planos de saúde; o Caio, que é presidente da SP Turis; a Cristiane Domingues, supervisora técnica desta AMA; e os sub-prefeitos aqui presentes da Casa Verde, Cidade Tiradentes, Jabaquara, Santana, Campo Limpo, Jaçanã, Penha e Sé.

Queria também cumprimentar os profissionais da área da saúde, líderes comunitários, funcionários da AMA.

Realmente, parece incrível que cheguemos hoje a cem AMAs na cidade de São Paulo. A capacidade delas de atendimento deve estar próxima de dez mil por mês. Na prática, têm examinado oito mil por mês, ou seja, 800 mil pessoas,  perto de 10 milhões por ano. Não é brincadeira.

É natural que, dentro desse contexto e da rapidez de crescimento das AMAs,  surjam pontos de estrangulamento aqui ou acolá. Onde principalmente? Na oferta de médicos, principalmente de pessoal preparado para trabalhar nas AMAs. Por quê? Porque a demanda é muito alta.

Eu tenho certeza de que, com tudo aquilo que a Prefeitura está fazendo e o Estado complementarmente, a escassez de médicos vai continuar. Agora, o que é melhor ter? Escassez de médicos aqui ou acolá ou ter médico sobrando, sem ter emprego e sem que a população esteja atendida? A saúde, na verdade, tem sempre esse problema. Eu inaugurei, nessa semana, o Hospital do Homem, na Brigadeiro Luis Antônio, no Hospital Brigadeiro. Um Hospital do Homem, 1.200 metros quadrados, mais ou menos, especializado em doenças do homem. Evidentemente começando pela próstata, que é a segunda causa de mortalidade de câncer no Brasil. Só estão na frente pulmão e aparelho respiratório, por causa do cigarro, que ainda continua sendo um vício grave no nosso País. Apesar de tudo que nós fizemos.

O que eu disse lá? Eu disse: “Tomara, esse hospital vai funcionar; se daqui a pouco tiver fila, e ele não der conta”. Não existia o hospital, passou a funcionar. Hoje já tem reclamação, menos de uma semana. Que dia foi, Barradas? Foi terça-feira, e já tem reclamação de que não está dando conta. Antes nem existia; portanto, para onde iam essas pessoas? Ou seja, a gente tem sempre que correr atrás, consciente de que se faz cem e um dá errado, esse um é o que será noticiado.  

Agora, na saúde não tem jeito. Saúde precisa ser 100%. Não dá para brincar com a saúde das pessoas, para desconsiderar. Não pode se menosprezar diante de um dado estatístico. Tudo tem que estar funcionando direito, saúde tem essa condição. Não pode ter um ou dois casos que desandem. A gente tem que procurar na saúde o perfeccionismo, que em geral, em outras áreas não é tão necessário. Mas, na saúde, tem que ser assim.

Como eu dizia, foram de 400 mil para 1,4 milhão de consultas. Portanto, avançamos muito aqui na cidade de São Paulo. A Prefeitura terminou o Hospital Tiradentes, que nós aceleramos, encontramos aquilo se arrastando, o Hospital da Cidade Tiradentes, hoje tocado pelas Irmãs Marcelinas; e o Hospital do M’Boi Mirim, que não é que nós continuamos. Quando eu tomei posse, não tinha nada lá. Era só o galpão de uma fábrica que, aliás, demorou semanas, quando começou a construção, para poder remover. Não havia nem um canteirinho de obras, não havia nada. Hoje tem um hospital moderno tocado pelo Albert Einstein que vai funcionando gradualmente. Nenhum hospital entra de um dia para o outro funcionando 100%. Hospital começa gradualmente, porque ele tem que ir consolidando, a cada dia, a sua organização e o seu trabalho.

Nós vamos inaugurar, em maio, o maior Instituto Hospital do Câncer do Brasil e da América Latina, lá na Doutor Arnaldo. Mas ele só estará funcionando na sua plenitude dentro de um ano. Por quê? Porque vão gradualmente entrando em operação os diferentes departamentos, os diferentes setores do hospital.

Como eu costumo dizer e como citou aqui o nosso prefeito Kassab, o que a gente pode querer com a saúde é que seja melhor que no dia anterior. E que amanhã seja melhor que hoje. É sempre difícil preencher tudo, o importante é melhorar. A consciência da nossa população com relação à saúde, às possibilidades de tratamento cresceu muito no Brasil e, modéstia a parte, desde que eu fui quatro anos ministro da Saúde.

Cresceu muito. Eu vou dar um exemplo: hemodiálise, que é uma coisa fundamental para a vida das pessoas cujos rins não trabalham. Hemodiálise era pouca, muita gente morria sem saber, sequer, que existia hemodiálise. Hoje, todo mundo sabe. Nós expandimos muito o serviço, chegamos a comprar máquinas e doar as máquinas para Santas Casas, para entidades filantrópicas, nós doamos, o governo federal.

Para quê? Para elas poderem ter um bom atendimento seguro. Lembram que aconteceu uma vez, não lembro se foi em Caruaru, que morreu gente por causa de hemodiálise contaminada? Isso nunca mais aconteceu. Por quê? Porque nós investimos, fizemos, mas a população aumentou também a sua consciência a respeito. De maneira que tem que estar sempre correndo nessa matéria. Isso é generalizado.

O SUS no Estado de São Paulo atende 2,35 milhões de internações. Internações no Estado, gratuitas. Só de cirurgias cardíacas – aí é no Brasil – deve ter umas 70 mil por ano. Agora está mudando porque com a coisa de… (incompreensível), muitas cirurgias que antes eram feitas, agora não precisam ser feitas. E são aqui quantos procedimentos? No SUS, mais de 20 milhões, acho que são 27 ou 28 milhões de procedimentos. Isso inclui o Estado diretamente e todas as Prefeituras, principalmente a Prefeitura de São Paulo, pelo seu tamanho.

Então o nosso trabalho é melhorar esse sistema. É aperfeiçoá-lo, é expandi-lo, é melhorar a qualidade daquilo que o sistema faz. Acho que estamos avançando muito bem nessa direção.

Por outro lado, quero dizer ao Natalini que declino da possibilidade de ser médico, para alívio geral. Eu, ontem, estive no Butantã, nem tinha muita imprensa. Estive no Butantã para assinar o contrato da construção de um hemocentro, de uma fábrica produtora de hemoderivados. O que são hemoderivados? São os derivados do sangue.

Hoje no Brasil, a gente coloca o sangue, separa dentro do sangue uma coisa   chamada plasma, que é horrível de aparência. Esse plasma vai para o exterior para ser processado e depois voltar. O Brasil gasta US$ 400 milhões para fazer isso, o setor privado e o público.

Pois bem, o Estado vai fazer agora a fábrica no Butantã para atender a essa demanda, com a tecnologia mais avançada que tem no mundo. Mas eu quando estava falando lá lembrei, se eu vir sangue já me dá um certo enjôo no estomago, apesar que nós estamos fazendo uma fábrica. O que dizer, então, de exercer a medicina? Por isso eu declino, aqui para o Natalini, da oferta.

O Natalini, sim, é um médico craque. Quero dizer, como testemunha, que o Natalini trabalha – você continua lá? – numa igreja para lá da Penha, no Cangaíba. Ele e o Francé, que está lá atrás. Eles vão lá e atendem aos sábados, desde que eram recém-formados. Quantos anos faz isso? Mais de 30 anos, 33 anos. O Feldman ia, ele é ex-médico. Bem, o Natalini fazia esse trabalho. Ele é o recordista no Brasil, ele não gosta quando eu digo isso, ele é o recordista no Brasil de, como chama mesmo? De vasectomia, é verdade. Quantas você fez? Mais de oito mil. Oito mil, que é a maneira… quê? Ele é especialista, que é a maneira… já vem o machista falar, ele capa, está vendo como são? Mulher pode fazer laqueadura, vasectomia que é muito mais simples… Os homens têm medo. Mas o Natalini é o recordista. Outro dia um secretário, eu não vou dizer nem se é da Prefeitura ou do Estado, estava falando comigo de vasectomia, se eu conhecia algum médico e eu sugeri o Natalini. Ele me olhou meio espantado, mas para quem fez oito mil, deve estar craque nisso.

Bem, queria, acima de tudo, dar meus parabéns ao pessoal aqui da Casa Verde por esse serviço novo que o bairro ganha por esse serviço de boa qualidade, que vai ser mantido como uma conquista aqui, de toda a região e também do pessoal da saúde.

Meus parabéns ao prefeito, meus parabéns ao Januário, meus parabéns a todos vocês.

 

Muito obrigado.