“Oscar” da Saúde conta com 126% inscritos a mais este ano

Governador: Queria dar boa noite a todos e a todas, e dizer a minha satisfação com este acontecimento da premiação. Houve uma expansão grande de projetos deste ano em relação […]

qui, 17/07/2008 - 16h03 | Do Portal do Governo

Governador: Queria dar boa noite a todos e a todas, e dizer a minha satisfação com este acontecimento da premiação.

Houve uma expansão grande de projetos deste ano em relação ao evento anterior. Foram apresentados neste ano cerca de 170 projetos. No ano passado, foram apresentados 79. Isso mostra o incentivo que um prêmio como esse representa para todo o setor hospitalar estadual.

Por outro lado, o que nós pretendemos com o prêmio é o incentivo à qualidade, o incentivo à eficiência, à economicidade e ao bom atendimento, ao atendimento melhor para as pessoas.

Quando são feitas pesquisas em relação à saúde, habitualmente o índice de satisfação das pessoas atendidas pelo SUS é alto. Quem, em geral, avalia mal o sistema de saúde pública, de maneira bem majoritária? São as pessoas não atendidas pelo sistema, que formam a imagem do sistema a partir do noticiário.

Em São Paulo, 30% a 40% das pessoas não buscam o SUS, porque os planos de saúde do Brasil cobrem 25% da população.

Em São Paulo, isso deve estar em torno de 1/3, digamos. Nesse sentido, a avaliação que fazem do sistema de saúde é uma avaliação do noticiário. O noticiário é um geral negativo. Ninguém noticia um hospital que está funcionando bem. Não é notícia, não há motivo em algo dizendo que tal hospital está funcionando.

George Orwell, grande jornalista e escritor inglês, dizia que “notícia é aquilo que alguém não quer ver publicado. O resto é propaganda”. Isso dá bem uma medida do que é a imprensa – não apenas no Brasil, mas também nos outros países. Agora, isto não significa – apesar de que o índice de satisfação da pessoa que foi atendida, é alto, deve estar acima de 80% – não significa que não haja muito a melhorar dentro do sistema público. De um lado, na economia. Ou seja, na eficiência na utilização dos recursos. Do outro lado, na qualidade do atendimento. E o atendimento envolve não apenas a atividade fim. Alguém se interna para operar de apendicite, foi bem operado. Mas envolve o acolhimento, o ingresso, a seleção, como é que as pessoas são tratadas.

Lembro-me, quando eu estava no Ministério da Saúde, que nós fizemos pesquisas mostrando que o aspecto mais abominável do SUS é o aspecto da atenção na recepção e no atendimento fora do tratamento médico, fora da intervenção cirúrgica propriamente dita. Quer dizer, as pessoas se acham mal recebidas, não são bem acolhidas. Isso não envolve apenas médico, envolve todo o sistema do hospital, pessoal administrativo, portaria, recepcionista, enfermagem, tudo. O conjunto.

Eu acho que a gente tem que avançar também muito nessa direção. Estou dizendo isso porque são dois critérios fundamentais: a economia, porque não é para tirar dinheiro do sistema de saúde; pelo contrário, é para poder atender mais, com os mesmos recursos; ou muito mais, com mais recursos. E, do outro lado, a melhoria do atendimento.

O prêmio, esse esquema de premiação muito criativo, desde logo, ajuda porque cria objetivos. E as equipes que trabalharam bem se vêem recompensadas. Não pelo prêmio material em si, mas pelo reconhecimento. O prêmio material até que é modesto, embora razoável: ganhar um laptop, uma máquina digital e uma viagem para o Nordeste. Aliás, uma viagem para o Nordeste custa mais caro do que ir para Miami, Buenos Aires ou para Santiago. Mas também pelo reconhecimento.

A idéia é que realmente, no ano que vem, haja mais do que 170 apresentando resultados. O reconhecimento na área pública é crucial. Eu sempre, em minha vida pública, trabalhei para os funcionários do lugar onde eu estive, desde a época da Secretaria do Planejamento, aqui no Congresso Nacional, depois no Ministério, no Senado, na Prefeitura e agora no Governo, no sentido de valorizar os funcionários públicos, os servidores públicos.

Incentivar e cobrar também, mas dar o exemplo pelo trabalho e pela seriedade, porque não há desestímulo pior de quem está em cima da hierarquia ser folgado, não ser sério. Para não dizer praticar a corrupção e tudo mais. Não basta só ser honesto, é preciso também trabalhar. Eu conheço muita gente honestíssima que é frouxa para trabalhar. Então, são critérios também muito importantes.

Eu vou ter o prazer de entregar o prêmio para a Keila, que é do Hospital Arnaldo Pesutti. É o primeiro prêmio de atendimento ao cidadão, é o trabalho de reestruturação dos antigos hospitais colônias. Eles conseguiram otimizar o serviço, garantir melhor qualidade para os ex-hansenianos, pessoas que foram pacientes hansenianos e hoje não são mais, já têm uma certa idade e hoje o setor público continua atendendo.

Eles fizeram um modelo bastante interessante para melhorar a economicidade e a eficiência. Segundo a comissão que julgou de maneira independente, mereceram o primeiro prêmio. Eu vou ter a satisfação de entregá-lo.