Lasar Segall entra no time de artistas do Acervo dos Palácios

Governador: Meu boa tarde a todos e a todas. Queria cumprimentar, em primeiro lugar, o embaixador, nosso amigo, Celso Lafer, que é presidente do conselho do museu. O Luiz Fernando […]

qua, 23/07/2008 - 14h43 | Do Portal do Governo

Governador: Meu boa tarde a todos e a todas. Queria cumprimentar, em primeiro lugar, o embaixador, nosso amigo, Celso Lafer, que é presidente do conselho do museu. O Luiz Fernando de Almeida, presidente do Iphan, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que é o dono do museu, não é? Não é isso? Luiz Lacombe de Góes, presidente da Associação Cultural de Amigos do Museu. O Aloysio, o João Sayad, o Marrey, Luna e o Barradas, nossos secretários, que estão aqui.

Realmente, eu cobrei do Celso. Num certo momento, disse: “Olha, aqui no Palácio não tem nada do Lasar Segall”. Ele fez, então, a gestão e com muita alegria me comunicou, já há algum tempo, a doação dessa escultura, que é da fase bem brasileira do Lasar Segall. Eu tive oportunidade, há umas duas semanas, de ler inteiro um livro sobre o Lasar Segall. Desses livros grandões com todo o acervo, biografia, fotografias. Dava para ver como o Maurício era bonito. Hem? Ainda é, não?

Bom, e o pai, porque o Lasar era as fotos de jovem dele. Realmente, era um homem extremamente charmoso. Enfim, isso se materializa no dia de hoje. Eu acho que é algo que fazia falta. A Pinacoteca já tem Lasar. Eu acho que o MAC, da USP, deve ter, não é?

Voz: Tem.

Governador: Tem também, mas faltava, realmente, nos palácios. A Cristina, aliás, fez sua tese de mestrado. Foi mestrado ou doutorado?

Voz: Mestrado.

Governador: Mestrado. Sobre as obras do Palácio Boa Vista, em Campos do Jordão. É o que tem o melhor acervo de todos. Vivem saindo coisas de lá para exposições, mas volta tudo para lá.

Nesse sentido, ela está dando uma vida importante aos palácios, porque tem o daqui, tem o de Campos e o que nós, agora, abrimos lá no Horto Florestal. Um casarão antigo que, na verdade, o governador não usava e agora passou a se tornar um espaço público e não privado, dentro do próprio Horto.

Nós estamos, também, negociando, porque o Krajcberg fez uma doação quando eu era prefeito, para a Prefeitura, de dezenas de obras dele. A Prefeitura não conseguiu aproveitar. Não é porque eu saí, não. É porque estava tudo acertado para ir para o Ibirapuera, na serraria, que era uma antiga serraria que tinha lá. Tudo arrumadinho. Aí veio a Sociedade de Amigos do Ibirapuera, que são amigos entre si, não têm a ver com a cidade. O fato é que acabaram, foram à Justiça, suspenderam. Nós não conseguimos. O Parque Villa-Lobos também tem uma associação de amigos e eles não querem. Então, é uma coisa… Aí vai para a Justiça e ganha.

Então, nós decidimos transferir, agora, essa doação. Estamos fazendo gestão junto ao Krajcberg para passar a doação para o Estado e aí levar para o Horto Florestal, mas sem Lei Rounet, sem nada, porque isso acaba dando uma trabalheira imensa e, às vezes, não compensa porque, evidentemente, havia gente disposta a financiar a instalação de museus, se fosse no Ibirapuera. Mas se for no Horto Florestal, não há interesse.

Estou mencionando isso para dizer que, às vezes, a gente não consegue fazer com que as coisas andem nessa área, tal o número de obstáculos e de barreiras.

Mas, no nosso governo, nós estamos com quatro museus, sendo dois novos. Um que não é novo é o MAC. A idéia que está em pleno caminho é de transferir para o prédio do antigo Detran, de lá do Ibirapuera, porque, na verdade, foi feito como um prédio para museu, para exposições.

Já antes de tomar posse, eu já disse ao secretário da Segurança que, quem ele fosse nomear para o DETRAN, tinha que trabalhar para isso, porque, senão, não sairia, também, de lá. Mas, finalmente, está saindo. Nós vamos, então, com uma própria reformulação do prédio pelo Niemeyer, que fez isso, nós vamos instalar o MAC lá. Vai ser praticamente um museu novo na cidade. No Ibirapuera, no campus da USP tem muito pouco acesso e fecha nos fins de semana.

Outro é o Museu da História de São Paulo. Esse sairá do zero, mesmo. O secretário Sayad, que está coordenando todo esse processo, está especialmente empenhado. Um museu simples da história de São Paulo, onde a gente possa ter as diferentes etapas de desenvolvimento, da população. Enfim, fazer algo que ajude a dar uma identidade para o nosso Estado.

São Paulo é o Estado que é o menos pátria do Brasil. Tem várias pátrias, em outros Estados, mas São Paulo não tem, pelas características populacionais que foram tomando forma depois de 30, depois da guerra. A gente quer, um pouco, eliminar esse verdadeiro hiato que existe entre boa parte da população e o Estado, essa falta de identificação.

Outro museu que está em andamento – não é museu, na verdade – é o Cata-vento, que é – chamemos assim – um museu. É uma edição nacional do Museu da Criança, que tem em tantos lugares do mundo. Será para crianças de dois até 16, 17 anos. Isso está sendo feito lá no Palácio das Indústrias e eu acredito que até o fim do ano vai estar pronto, organizado.

E, finalmente, a Pinacoteca: existe um projeto para a ampliação do espaço da Pinacoteca. Quantos metros quadrados seria, João? Da Pinacoteca, a ampliação?

João Sayad: Mais uns dez mil.

Governador: Mais uns dez mil metros. Evidentemente, estamos empacados, também, porque tem uma escola que não tem nada de especial, uma arquitetura medíocre, mas o pessoal fica implicando que isso é patrimônio histórico. De repente, parece que qualquer coisa, por ruim que seja, vira patrimônio e aí vai Ministério Público, Justiça, isso e aquilo.

Estamos tentando negociar para poder, porque a área é contígua à Pinacoteca e a Pinacoteca tem um acervo enorme que não é exibido por falta de espaço.

Acho que essas são as principais iniciativas. Não preciso mais espinafrar. Vocês sabem que, quando eu falo, o Compresp estava implicando, inclusive, com a modificação que o Niemeyer está fazendo na fachada no prédio. É uma coisa genial, sensacional. Querem que mantenha aquelas janelinhas horrorosas que tem do lado de fora, porque a idéia é cobrir tudo aquilo.

Mas, enfim, como vocês vêem, estamos muito empenhados nessa área de museus, de memória, de desfrute, de lazer, de cultura. E é muito simbólica a entrega, o presente dessa escultura no dia de hoje.

Queria agradecer de coração.