Instituto Dante Pazzanese ganha ambulatório para 264 mil consultas

Governador: Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Cumprimentar o secretário Barradas, nosso grande secretário da Saúde. Outro dia alguém me perguntou se você era o […]

ter, 23/09/2008 - 19h10 | Do Portal do Governo

Governador: Queria dar o meu boa tarde a todos e a todas. Cumprimentar o secretário Barradas, nosso grande secretário da Saúde. Outro dia alguém me perguntou se você era o mais longevo dos secretários aqui em São Paulo. Será que é? Ainda não, mas vai ser. Longevo não no sentido da idade dele. Digo como secretário.

Queria cumprimentar o nosso secretário Portella, José Luiz Portella, dos Transportes Metropolitanos, assíduo freqüentador daqui. Não porque tenha doença, ele é hipocondríaco. Ele é de verdade. Eu só tenho fama, mas ele é mesmo.

O Leopoldo Piegas, que é o nosso diretor. O ministro Adib Jatene, que nos falou. O coronel Ferrarini, deputado estadual. O Luiz Carlos Bento de Souza, diretor-presidente da Fundação Adib Jatene. A Fundação Adib Jatene cumpre, aqui no Dante Pazzanese, o que a Fundação Zerbini cumpre no InCor, para que se entenda com mais clareza essa relação.

O professor Antônio Carlos Chagas, presidente da Sociedade Brasileira da Cardiologia. Os superintendentes, diretores de hospitais. Promotores de Justiça. Membros do corpo clínico, voluntários, voluntárias. Devem ser todas mulheres. Tem homem também, voluntário? Cadê? Levantem aí para eu ver. Tem um, pelo menos. Levantem as mulheres, agora. Você viu que eu não estava tão errado. Eu sempre valorizo muito a ação das voluntárias e voluntários, porque aprendi isso no Ministério da Saúde: como são importantes para o acolhimento e o bom funcionamento dos hospitais.

Bem, eu acho que as informações essenciais foram passadas. Esta ampliação custou perto de R$ 30 milhões e tem mais de 14 mil metros quadrados. Na verdade, é um novo hospital dentro do hospital, e o Leopoldo deu os dados a respeito da ampliação. A capacidade aqui vai para 260 mil consultas e pode vir a ser maior. São 50 mil pessoas por mês, que circulam aqui. Impressionante. 180 cirurgias, sendo que, delas, 150 com circulação fora, quer dizer, o sangue sai do corpo e volta – desculpem a falta de precisão científica nisso – para que se veja o grau de complexidade. Quinze a vinte cateterismos por dia. Cinqüenta? Foi o Barradas que me passou errado. Cinqüenta, mas ainda bem que é mais. Cinqüenta cateterismos por dia. Isso daí também tem outro lado: é o SUS, não é?

Eu estou, realmente, cansado de ouvir críticas ao SUS que não mostram os dois lados do assunto. Até as pesquisas, que em geral falam de saúde, têm um defeito congênito quando ouvem a população. Qual é? Todas elas entrevistam pessoas que não são atendidas pelos SUS também. Então, quem não é atendido pelo SUS, a imagem que tem do SUS é a que passa pela imprensa. E a imprensa – é normal, até na Inglaterra é assim, não é nenhuma pinimba minha com a imprensa brasileira – mas a imprensa, se você tem 99 coisas funcionando vem, não são notícia. Good news is not news. Bad news is news. Então, a imagem que a população faz, a não atendida pelo SUS, não é a que corresponde à realidade.

Eu até pedi ao Barradas que tivesse uma pesquisa, para efeito do nosso trabalho de orientação. Pesquisa é fundamental no caso da saúde, para a gente detectar onde estão os problemas, porque se faz em todas as unidades, mas excluindo a população que não é atendida.

Hoje, no Brasil, deve haver quantas cirurgias cardíacas no SUS, Jatene? Oitenta mil. Isso por causa dos stents. Os stents diminuíram as cirurgias, não é? Isso no SUS. Vocês imaginem a importância desse atendimento.

Acho que o Dante Pazzanese é demonstração disso, também com flexibilidade, porque nós temos uma fundação de apoio, e o Jatene deu aqui as razões da  importância disso também. É importante ter flexibilidade administrativa para organização de um bom hospital e, neste sentido, aqui em São Paulo, nós fizemos a primeira experiência. Nós, eu digo, como paulista. Que foi o InCor, e a Fundação Zerbini com o InCor. Multiplicamos essa experiência posteriormente ao longo dos diferentes governos: do Covas, do Alckmin e do nosso agora.

Quero também dizer que eu assino embaixo na idéia de que a instituição que não tem docência se deteriora, porque a docência é a formação que revitaliza. Os alunos são essenciais, quanto mais não seja, por isso. Às vezes, dão trabalho, mas, realmente, é o que garante o dinamismo de uma instituição, garante a sua renovação de quadros e garante o avanço dos recursos humanos necessários para que tenhamos instituições de primeira qualidade como esta. Portanto, para mim é uma honra enorme poder estar aqui nesta cerimônia, com esta inauguração.

Nós temos aqui, no Dante Pazzanese, uma instituição que hoje, em tamanho, em volume de trabalho, é maior do que o InCor. É muitos menos conhecida que o InCor. É curioso isso, mas, em geral, quando eu falo para alguém de outro Estado, o sujeito não conhece. Embora, aqui, 20% dos atendidos são de outros Estados.

Esse é um trabalho que São Paulo faz, porque nós não recebemos por esse atendimento. O SUS faz uma distribuição que converge para um valor comum per capita no Brasil, ou seja, variável, principalmente, segundo a população. Mas indo para o Interior, pega o Hospital Pio XII, que é excelente em câncer. Não é público, não é governamental. É público, mas não é governamental. Ele atende 40% de pacientes de outros Estados e só este instituto, o Dante Pazzanese, atende 20%. O InCor deve ser outro tanto. Sem falar dos médicos que vêm de outros Estados fazer o seu aperfeiçoamento aqui. Portanto, é um papel nacional que tem a saúde pública paulista – e nós fazemos isso com orgulho.

Quando eu menciono esse dado, não é para reivindicar mais recursos do que os outros. É para mostrar que estamos cumprindo um papel para a nossa cidade, para o nosso Estado e para o Brasil. Com muita satisfação, com muito orgulho nós fazemos isso. E queremos que este padrão de qualidade seja geral.

Queremos fazer nivelação por cima aqui em São Paulo, e não por baixo. Há adversários, todo mundo sabe que eu considero muitas vezes os sindicatos grandes adversários disto tudo. Eles não têm nada a ver com os interesses da saúde. Mas, de todo modo, o que nós procuramos fazer é somar toda a área, todos os setores da saúde aqui em São Paulo. Área privada, área pública, no sentido de avançar na quantidade e na qualidade do serviço público. Essas parcerias têm prosperado muito bem, e aqui é um grande exemplo a esse respeito.

Quero dizer também que, com o Dante Pazzanese e com o Instituto do Câncer Octávio Frias de Oliveira, nós vamos ter os dois maiores hospitais, seja do coração, seja de câncer, do Brasil. Eu, pessoalmente, espero não usar no futuro próximo. Toda vez que eu venho, penso: Será que eu vou vir para cá algum dia? Provavelmente, sim. Espero que seja muito distante, e o hospital… Hem? Não, eu não sou hipocondríaco, só tenho fama.

Aliás, a minha relação com a Medicina começou por uma suposta hipocondria. O Barradas, só por curiosidade, quando eu fui para o Ministério da Saúde, eu tinha que ter alguém do meu lado que fosse me explicando as coisas. E o Seixas, que aí está, me sugeriu o Barradas. Então, o Barradas ficou comigo uns três meses me ensinando tudo. Foi com ele que eu aprendi a diferença entre vírus, bactéria, germe, micróbio. O problema é que eu esqueci agora, mas teve um papel muito importante naquele início.

Quero dizer que o Adib Jatene, para mim, foi uma das pessoas mais importantes para eu aprender o que é o sistema de saúde, até pelas coisas que ele escreveu, porque o Adib incursiona pela economia, pela sociologia. É dele aquela famosa frase: O problema do pobre não é ser pobre, é só ter amigo pobre. Porque quando tem amigo rico, ele consegue se virar.

É só uma tirada sociológica, eu já citei no exterior várias vezes, o pessoal pensa que é da minha autoria, porque numa reunião de economia, eu digo Adib Jatene, ninguém sabe direito o que significa, se é um nome de alguém, se é algum conceito. Então fica atribuída a mim – viu, Adib? – mas essa frase é muito importante. O que nós queremos é exatamente ter um sistema de saúde amigo dos pobres, para que eles não precisem ter amigos ricos para conseguir ser atendidos, não apenas na área da saúde, mas em todos os serviços governamentais.

Enfim, meus parabéns a todos. E muito obrigado.