Governo de SP inaugura novo parque urbano na zona leste da capital

Com investimento de R$ 37,3 milhões, parque ocupa área que por mais de 100 anos abrigou instituições disciplinares

sáb, 23/06/2012 - 15h29 | Do Portal do Governo

A população da zona leste da capital paulista ganhou mais uma opção de lazer, cultura e contato com a natureza. O governador Geraldo Alckmin, o secretário do Meio Ambiente, Bruno Covas, e o secretário-adjunto da Cultura, Sérgio Tiezzi, inauguraram neste sábado, 23, o Parque Estadual do Belém.

O espaço, que por mais de 100 anos abrigou instituições disciplinares para jovens infratores, foi totalmente reformado para oferecer área verde, equipamentos de esporte, lazer e cultura onde, de 1902 a 2005, funcionaram o Instituto Disciplinar, a Colônia Correcional e a Febem. Além de diversão para toda a família, o Parque conta com uma unidade do programa Fábricas de Cultura, da Secretaria de Estado da Cultura, que promoverá cursos de iniciação artística para crianças e jovens e atividades de difusão para toda a comunidade.

Com investimento de R$ 37 milhões, o projeto conta com diferentes equipamentos esportivos e culturais que foram instalados ao longo dos 210 mil m² de área do terreno. A construção do parque é uma antiga demanda da população da zona leste da capital.

Lazer e diversão

O Parque é uma nova opção de lazer para moradores de Bairros como Tatuapé, Penha, Brás, Belém, Mooca, Pari, entre outros. A população terá à disposição uma estrutura com seis quadras poliesportivas, dois quiosques para futuramente permissionários venderem alimentos e bebidas, 1,5 km de ciclovia, 1,5 km de pista de corrida, pista de skate, duas áreas para ginástica, praças de estar e com equipamentos para ginástica para a 3ª idade e dois playgrounds.

O projeto do Parque do Belém é inovador, baseado nos princípios da sustentabilidade ambiental, com a utilização de técnicas construtivas alternativas. O Parque conta com uma área total de 210 mil m², sendo 14 mil m² de área construída. A área verde foi praticamente toda implantada, perfazendo um total de 144 mil m².

Cultura e conhecimento

Além da estrutura para lazer e diversão, a requalificação da área incorporou ao Parque do Belém uma Fábrica de Cultura, que oferecerá cursos de iniciação artística para jovens dos 8 aos 19 anos, além de atividades de difusão para toda a comunidade no Café Concerto – espaço com capacidade para 270 pessoas que funcionará como o teatro da Fábrica.

A Fábrica está instalada em um edifício da década de 1930 que abrigou o Reformatório para Meninas e foi quase destruído em um incêndio na década de 1990. Com a reforma, o prédio recebeu salas de aula para realização de ateliês de artes plásticas, circo, dança, música, multimídia, teatro e xadrez. A reforma manteve aspectos originais do edifício, principalmente nas fachadas e no gradil das janelas, acrescentando elementos contemporâneos no interior, com novas estruturas de concreto e metal que integram e facilitam a circulação entre os pavimentos. O prédio principal tem 4,5 mil m² de área construída dedicados à cultura.

De terças a sextas-feiras, a Fábrica de Cultura oferecerá a crianças e jovens do entorno os Ateliês de Criação – cursos de iniciação artística em várias linguagens, com duração total de quatro meses, começando em agosto. Serão disponibilizadas inicialmente 900 vagas.

O Café Concerto, também instalado dentro do parque, funcionará como o teatro da Fábrica. No local, funcionou o cinema da extinta Febem Tatuapé. Com 796 m² de área e agora com capacidade para 270 pessoas, será ocupado durante a semana pelos alunos da Fábrica e, aos sábados e domingos, com atividades de difusão cultural – shows e apresentações artísticas – com participação livre para todos os freqüentadores do parque.

As matrículas para os ateliês regulares começam no dia 26 de junho e as aulas, em 7 de agosto. Para se inscrever, basta comparecer à Fábrica com o documento de identificação e um comprovante de residência. Crianças e adolescentes com menos de 14 anos precisam estar acompanhados de um responsável. Todas as atividades oferecidas pela Fábrica são gratuitas.

Até o início dos cursos, a comunidade poderá participar livremente das várias modalidades de ateliês oferecidos em um período de “degustação cultural”, que será realizado de 10 de julho a 3 de agosto. A ideia é que os futuros aprendizes possam experimentar os cursos existentes sem compromisso. A degustação também será uma ótima opção de atividade para os estudantes do entorno durante o período das férias escolares de julho.

Um outro prédio também integrante do complexo do Parque Belém está sendo adaptado pela Secretaria de Estado da Cultura para abrigar uma biblioteca, nos moldes da Biblioteca de São Paulo, que funciona no Parque da Juventude.

O Parque Belém fica na Avenida Celso Garcia, nº 2.231 (entre as ruas Nelson Cruz e Ulisses Cruz, no Brás). O horário de funcionamento será das 7h às 18h, de segunda a domingo.

Etec

Em área anexa ao parque, funciona desde o primeiro semestre de 2010, a Etec Parque Belém. O prédio que abriga a escola também fazia parte do Complexo da antiga Febem e foi totalmente reformado e adequado às necessidades atuais.

Atualmente, 1.072 alunos estão matriculados no ensino médio e em nove cursos técnicos: Informática, Informática para Internet, Logística, Nutrição e Dietética, Segurança do Trabalho, Eventos, Química e dois integrados, Meio Ambiente e Nutrição e Dietética.

Saiba mais

Fábricas de Cultura

Esta é a sexta Fábrica de Cultura inaugurada pelo Governo de São Paulo e a quarta na zona leste da capital. Desde o ano passado, foram abertas unidades nos bairros de Vila Curuçá, Sapopemba, Itaim Paulista, Jardim São Luís e Vila Nova Cachoeirinha, bairros com alto índice de vulnerabilidade juvenil. A proposta do programa e dar às crianças e jovens da periferia de São Paulo a oportunidade do contato com a arte, como forma de inclusão sociocultural. Mantendo um diálogo muito estreito com as comunidades em que estão inseridas, as Fábricas têm conseguido transformar seu entorno, envolvendo pais, familiares e vizinhos nas atividades.

Mais quatro Fábricas de Cultura estão sendo construídas nos bairros de Jaçanã, Capão Redondo, Cidade Tiradentes e Brasilândia. Há uma unidade sendo projetada para o bairro do Glicério, no mesmo terreno do antigo Quartel do Tabatinguera em que será instalado o Museu Histórico da PM.

Histórico do terreno

Um dos registros mais antigos sobre a área que agora abriga o Parque do Belém é de 1765 a 1775, período em que o terreno pertenceu ao então governador da Província de São Paulo, Morgado de Mattheus. O terreno foi utilizado como fazenda até 1902, quando o Governo do Estado de São Paulo decretou-a como área de utilidade pública para abrigar o antigo Instituto Disciplinar e a Colônia Correcional. O Instituto ocupou inicialmente a sede da fazenda e os demais edifícios foram sendo construídos ao longo dos anos.

No começo do século passado, o espaço recebia crianças a partir dos nove anos, abandonadas ou condenadas por delitos. Os jovens recebiam educação regular e cumpriam um rígido regime de trabalho na agricultura e em oficinas – tanto que o Instituto se mantinha apenas com a renda do que os internos produziam. Em 1935, o Instituto foi transformado em Reformatório Modelo de Menores e, em 1976, passou a sediar a então recém-criada Febem, que funcionou no local até ser desativada totalmente em outubro de 2007.

Das secretarias da Cultura e do Meio Ambiente