Em dez anos, Metrô e Trem cresceram 55% em número de viagens

Dado é da pesquisa 'Origem Destino', maior consulta de mobilidade urbana do país, realizada a cada década pelo Metrô de São Paulo

qui, 20/12/2018 - 18h21 | Do Portal do Governo

De acordo com a Pesquisa Origem Destino (OD), maior consulta de mobilidade urbana do país, realizada a cada 10 anos pelo Metrô de São Paulo, o sistema de transporte sobre trilhos apresentou crescimento de 53% no número de viagens diárias na Grande São Paulo, entre 2007 e 2017.

A OD mostra que as viagens diárias feitas utilizando metrô e trem como modo principal chegaram a 3,4 milhões e 1,3 milhão, respectivamente, em 2017. Na apuração de 2007, eram 2,2 milhões de viagens diárias de metrô e 800 mil nos trens (crescimento de 55% em ambos). No mesmo período, os ônibus apresentaram queda de 5%, de 9 milhões de viagens/dia para 8,6 milhões em 2017.

Para Luiz Antonio Cortez, gerente de Planejamento, Integração e Viabilidade dos Transportes Metropolitanos, a pesquisa é fundamental não só para o Metrô, mas para todo o setor de transporte, seja coletivo ou privado, e também para o planejamento urbano dos municípios e da Região Metropolitana de São Paulo.

“Com os dados é possível identificar onde os maiores deslocamentos ocorrem e, a partir daí, realizar simulações de demanda futura que dão o insumo para saber, por exemplo, quantos passageiros uma nova estação ou uma linha de metrô deverá receber. Essas informações são primordiais para saber até mesmo quantas escadas rolantes uma estação deverá ter, além de dar o embasamento necessário para poder priorizar os investimentos e execução de projetos, que podem ser novas linhas de metrô ou trem, novas estações, criação ou remanejamento de linhas de ônibus”, explicou.

Ao todo, o transporte coletivo, que compreende metrô, trem, ônibus, escolar e fretado, foi responsável por 15,3 milhões de viagens/dia, representando 37% do total de viagens feitas na Região Metropolitana de São Paulo (crescimento de 10%). Esse tipo de transporte faz parte da categoria de viagens motorizadas, que foram 28,2 milhões por dia ou 68% do total, um aumento de 12%. Em 2007 eram 25,2 milhões ou 66% do total.

Também está inserido na categoria de motorizado o transporte individual, constituído pelas viagens por automóvel, motocicleta e táxi, e que representou 12,9 milhões/dia ou 31% do total, com crescimento de 15%. Nessa modalidade o destaque fica por conta do grande aumento das viagens realizadas utilizando táxi. Foi registrado um salto de 424%, saindo de 90,7 mil para 475,3 mil viagens/dia.

E a novidade está no chamado “táxi não convencional”, que são os serviços similares a táxi, requisitados via aplicativos de celular, e que foram levantados na pesquisa domiciliar pela primeira vez nesta edição – por se tratar de um novo modo de transporte. Os “não convencionais” promoveram 362,4 mil viagens/dia ou 76% das viagens feitas apenas por táxis, enquanto os convencionais representaram 24%, com 112,9 mil viagens.

A pesquisa contabilizou também as viagens não motorizadas, que foram 13,2 milhões, representando 32% do total. O aumento foi de 2% em relação a 2007, que havia apontado 12,9 milhões de viagens ou 34% do total à época. Essa forma de deslocamento é constituída pelas viagens a pé e por bicicleta.

Embora a não motorizada não seja a modalidade de deslocamento mais utilizada em São Paulo, é nesse grupo em que se encontra a forma campeã de viagens diárias como modo principal: a pé. São 12,8 milhões de viagens a pé por dia, com aumento de 1% (12,6 milhões em 2007), representando 31% de todas as viagens. Já a bicicleta é responsável por 0,9% do total de viagens com 400 mil/dia, em um aumento de 32% (300 mil em 2007).

Para o dentista Elieser de Melo, a pesquisa também é muito interessante para quem utiliza o transporte público. “É bom saber que existe uma pesquisa que consegue medir as necessidades dos usuários. Isso mostra que melhorias podem ser feitas com base no que realmente precisamos”, avalia.

Sobre a Pesquisa Origem Destino

Para entender a mobilidade e a forma como as pessoas se deslocam na Região Metropolitana de São Paulo, proporções gigantescas foram adotadas pelo Metrô de São Paulo na execução da pesquisa. Foram 2.400 pessoas envolvidas nos trabalhos de pesquisa em campo para visitar 132 mil domicílios, dos quais 32 mil foram validados. As residências visitadas estavam distribuídas nos 39 municípios da Grande São Paulo, em 517 zonas delimitadas para a pesquisa.

A coleta das informações foi feita com todos os residentes de cada um desses domicílios para saber quantos, quais e como foram feitos seus deslocamentos ao longo de um dia útil. Nesta edição, o questionário foi aplicado com a utilização de tablets, que permitiram a verificação automática de inconsistências nas respostas e também auxiliaram no georreferenciamento dos locais informados.

No total, foram realizadas 156 mil entrevistas e 160 instituições estiveram envolvidas no trabalho. Na Linha de Contorno foram pesquisados 21 postos em rodovias de acesso à RMSP, três terminais rodoviários, dois aeroportos e quatro locais de aglomeração de ônibus fretados.

Após 11 meses de trabalho para a coleta das informações nos domicílios e 5 meses na Linha de Contorno, o próximo passo é realizar a montagem do banco de dados, montagem de variáveis auxiliares, além da tabulação dos resultados, análise e elaboração dos relatórios finais.

Esta foi a sexta edição da OD, que é feita a cada 10 anos pelo Metrô desde 1967. A partir da primeira pesquisa foi elaborado o primeiro plano para a construção da rede básica de metrô de São Paulo. Ao longo destes 50 anos, foi possível perceber as grandes mudanças ocorridas na metrópole e planejar a expansão do sistema de transporte para atendimento da população.