Obras integram conjunto de ações para revitalização da Nova Luz

Programas nas áreas de segurança, educação e cultura transformam a região

qui, 08/04/2010 - 10h32 | Do Portal do Governo

A instalação do complexo Centro Paula Souza na Nova Luz faz parte de uma série de esforços do governo do Estado de São Paulo para a recuperação e revitalização dessa região da cidade, que incluem ainda a Ação Integrada Centro Legal, a construção do Complexo Cultural –  Teatro da Dança e o restauro do Palácio dos Campos Elíseos.

Iniciada há oito meses, a Ação Integrada Centro Legal tem como objetivo diminuir os índices de criminalidade e reduzir o consumo e venda de drogas no centro da cidade. A operação, que não tem data prevista para ser concluída, reúne mais de 20 órgãos municipais e estaduais, além de entidades ligadas à sociedade civil.

Focada no trabalho social, a Ação Integrada atua no tratamento aos dependentes químicos e prevê ainda a internação de pessoas com problemas de saúde e usuários de drogas. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, no período, foram realizadas 73.588 abordagens a usuários de drogas e álcool (o número inclui as diversas abordagens à mesma pessoa), das quais 3.576 resultaram em encaminhamento à rede municipal de Saúde e 213, em internação.

Nesses primeiros oito meses de Ação Integrada Centro Local, as polícias Civil e Militar apreenderam mais de 180 quilos de drogas, prenderam 268 pessoas, das quais 123 em flagrante, 57 por mandado judicial, e apreenderam 22 armas. Foram recuperados ainda 13 veículos que haviam sido roubados ou furtados.

Uma recente operação da Polícia Civil na região resultou na prisão de 33 traficantes, que foram encaminhados aos Centros de Detenção Penitenciária do Estado. A operação possibilitou ainda na detenção de um dos líderes do tráfico na região.

Segundo as polícias Civil e Militar do Estado, a Ação Integrada Centro Legal propiciou a melhoria do ambiente social na região, em especial nas ruas da chamada Nova Luz. Contudo, o trabalho prosseguirá a fim de garantir o atendimento aos dependentes químicos que ainda permanecem no centro da cidade e a revitalização completa da região.

Complexo Cultural – Teatro da Dança

O governo de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, deu início no fim de março às demolições para a construção do Complexo Cultural – Teatro da Dança, cuja construção vai consolidar a criação do maior polo cultural da América Latina, que reúne, em área praticamente contínua, no bairro da Luz, região central de São Paulo, a Sala São Paulo, a Escola de Música do Estado de São Paulo – Tom Jobim, a Pinacoteca do Estado, a Estação Pinacoteca, o Museu da Língua Portuguesa, o Museu de Arte Sacra, a Estação Júlio Prestes e o Parque da Luz.

As obras do Complexo devem ser iniciadas no primeiro semestre de 2011 logo após a conclusão da demolição dos edifícios que integram o quarteirão, desapropriado, em 2007, pelo Governo do Estado, incluindo o prédio da antiga rodoviária da cidade, onde funcionava o Shopping Center Luz.

Com a criação do Complexo, São Paulo entra definitivamente na rota dos grandes projetos da arquitetura internacional. A proposta do espaço é ser um dos mais importantes centros destinados às artes do espetáculo do país, projetado especialmente para apresentações de dança, música e ópera.

O edifício abrigará diferentes equipamentos culturais, devido à carência de espaços específicos, em São Paulo, para a encenação de musicais, óperas, shows de música popular e outras manifestações artísticas. Com aproximadamente 95 mil m² de área construída, em um terreno de 19 mil m². O Complexo abrigará três teatros: um para dança e ópera com 1.750 lugares; outro para 600 ocupantes, destinado a teatro e recitais; uma sala experimental, com palco reversível, e capacidade para 450 espectadores.

Ao mesmo tempo, haverá espaço para a instalação de uma sede definitiva da Escola de Música do Estado de São Paulo – Tom Jobim, uma escola de dança, salas de ensaios para companhias residentes, biblioteca, estúdios, auditório e áreas administrativas. O projeto terá área para café, loja, praça de convivência e estacionamento para mil veículos.

Corredor Verde

Outra característica do projeto é a fusão do edifício com as áreas verdes que serão criadas no entorno. A Praça Júlio Prestes deve ser reformada para ganhar um jardim, que funcionará como uma extensão do Parque da Luz, formando um grande corredor verde na região central, que começa nos jardins do Museu de Arte Sacra, segue pelo parque da Luz, pelo novo Complexo até chegar à Praça Princesa Isabel e ao Palácio dos Campos Elíseos, na Avenida Rio Branco.

O edifício proposto não possui fachada, tem sua estrutura horizontal, seguindo as linhas construtivas da Sala São Paulo, com altura média de 23 metros, divididos em quatro andares; ocupará todo o quarteirão localizado entre a Praça Júlio Prestes e a Avenida Rio Branco, com as laterais para a Avenida Duque de Caxias e rua Helvétia.

Com o intuito de ampliar a diversidade entre os espaços, lâminas horizontais se cruzam em pisos intermediários que favorecem a proximidade e a visibilidade entre as diferentes partes do prédio. Para sustentar a rede de pisos e de lâminas, serão utilizadas colunas de 35 a 45 cm de diâmetro.  Uma das lâminas projeta-se sobre a Praça Júlio Prestes resultando em uma grande rampa, que será a entrada principal do prédio.

Palácio Campos Elíseos

Como bem cultural tombado pelo Condephaat (1977), o Palácio, que fica na Avenida Rio Branco, terá suas principais características arquitetônicas recuperadas de acordo com suas funções e características originais.

O processo de restauração começou em 2005, com recursos captados por meio da Lei Rouanet. A Fundação Energia e Saneamento conduz a primeira fase, a convite da Secretaria de Desenvolvimento (na época Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento).

A primeira fase inclui restauro da fachada, cobertura, tubulação pluvial, piso externo e esculturas. As despesas envolveram também trabalho de catalogação, embalagem e transporte de obras de arte; prospecção pictórica; revisão de projeto e projeto executivo; e gerenciamento da obra. O custo foi de aproximadamente R$ 5 milhões e as obras serão entregues nos próximos meses.

O projeto da 2ª fase das obras, sob responsabilidade da Secretaria de Economia e Planejamento, terá investimento estimado em R$ 18 milhões (a definição do valor depende da finalização do projeto) e trata da restauração interna, criação de garagem e área livre ao redor do prédio, com seus fechamentos, jardins e fonte.

Parte significativa do mobiliário de época do Palácio ainda é preservado pelo Estado, o que transformará o local em um espaço único em São Paulo. O Palácio, um dos mais importantes exemplos de residência da fase áurea do café na cidade, poderá ser utilizado para despachos eventuais do governador no centro da cidade e para eventos. O Palácio também será aberto à visitação pública.