SP atinge menor índice de mortalidade infantil da história

Taxa ficou em 12,5 óbitos de crianças menores de um ano por mil nascidas vivas

qua, 15/07/2009 - 12h03 | Do Portal do Governo

O Estado de São Paulo atingiu o menor índice de mortalidade infantil de sua história, em 2008, segundo balanço da Secretaria de Estado da Saúde com base nos dados da Fundação Seade. A taxa ficou em 12,5 óbitos de crianças menores de um ano por mil nascidas vivas, o que representa uma queda 15,54% na comparação com 2003, quando o índice era de 14,8. Em relação a 1995, ano em que o índice ficou em 24,5, a queda foi de 49%.

O aprimoramento da assistência ao parto e à gestante, a ampliação do acesso ao pré-natal, a expansão do saneamento básico e a vacinação em massa de crianças pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são os principais motivos para a queda na taxa de mortalidade infantil, que é considerado o principal indicador de saúde pública, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). “Isso é fruto de uma combinação de políticas. No Estado de São Paulo, foram construídos, nos últimos 10 anos, 6 mil leitos neonatal e 500 leitos de UTI neonatal”, disse o governador durante anúncio de queda do índice.

Ano a ano o Estado de São Paulo vem conseguindo reduzir as mortes infantis. Em 2007 o índice havia sido de 13. No ano anterior, 13,2. Em 2005, 13,4. Em 2004, 14,2. Em 2002, a taxa ficou em 15 e, em 2001, 16. “256 municípios paulistas apresentam índice de mortalidade infantil inferior a 10, que é o que prevalece em países desenvolvidos”, completou Serra. Nenhuma região do Estado apresentou índice superior a 19.

Barretos foi, novamente, a região do Estado que apresentou a menor taxa de mortalidade infantil em 2008, com 9,8 óbitos por mil nascidos vivos, seguida por Ribeirão Preto, com 10,0, e Franca, com 10,2.

Na comparação com 2007, a região do Vale do Ribeira foi a que apresentou maior redução do índice em apenas um ano. A queda foi de 25,1%, passando de 17,9 óbitos por mil nascidos vivos em 2007 para 13,4 no ano passado. Outra diminuição expressiva, de 23,4%, foi verificada na região de São João da Boa Vista, onde a mortalidade infantil passou de 14,8 em 2007 para 11,4 no ano passado.

“Essa redução gradativa e contínua é extremamente importante, pois mostra que o trabalho do governo do Estado, em parceria com as prefeituras, está no caminho certo, especialmente em relação ao aprimoramento das medidas de assistência à gestação e ao parto”, afirma o secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata.

Ações

A Secretaria de Estado da Saúde também anunciou o maior programa de combate à mortalidade infantil e materna já criado no Estado de São Paulo. O projeto tem como pilares o investimento em capacitação de médicos e enfermeiras que atuam nas maternidades públicas, aquisição de equipamentos para melhoria da assistência hospitalar e distribuição de materiais de orientação às gestantes e aos municípios paulistas.

Para a implementação das ações, a pasta utilizará como base projeto-piloto iniciado em 2008 na região de Sorocaba, que será estendido, inicialmente, a outras quatro regiões consideradas prioritárias por concentrarem as mais altas taxas de mortalidade materna e neonatal ou por terem um grande número de municípios com índices de mortalidade infantil superiores à média do Estado. São elas: Taubaté, Baixada Santista, Vale do Ribeira e Bauru.

O programa prevê o treinamento de cerca de 500 médicos e enfermeiras-obstetras do SUS (Sistema Único de Saúde) por meio do curso Advanced Life Support in Obstetrics, idealizado pela American Academy of Family Phisicians e ministrado no país pela Also Brasil.

Também haverá treinamento específico de pediatras da rede pública, em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria, com enfoque em reanimação neonatal. No total, a Secretaria pretende investir cerca de R$ 850 mil somente em capacitações.

O investimento em reformas e modernização da assistência hospitalar à gestante e ao parto será feito a partir de inspeções de técnicos da Secretaria nas principais maternidades públicas dessas regiões, com o objetivo de estabelecer um diagnóstico dos principais problemas e definir os recursos materiais necessários para essas unidades, como novos leitos de UTI neonatal, por exemplo.

A Secretaria também irá distribuir, em todo o Estado, 400 mil exemplares da “carteira da gestante”, que conterá informações a serem preenchidas sobre o atendimento realizado nas Unidades Básicas de Saúde e dicas sobre cuidados durante a gestação, além de cinco mil manuais sobre assistência pré-natal para os profissionais que trabalham nos postos de saúde.

Os AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidade) irão concentrar a realização do pré-natal de alto risco, para gestantes acima de 35 anos ou que apresentem problemas como hipertensão e diabetes, por exemplo. Já são 15 os ambulatórios em funcionamento, e até 2010 serão 40 unidades em todo o Estado, que reunirão consultas com especialistas e exames em um mesmo local.

“Este é um projeto ambicioso, que pretende proporcionar os elementos necessários para que os municípios paulistas cuidem adequadamente de suas gestantes, ofereçam atendimento de qualidade desde o pré-natal até o pós-parto e, conseqüentemente, reduzam suas taxas de mortalidade infantil e materna”, diz o secretário.

Da Secretaria da Saúde