Jovens de outros países trocam experiências em intercâmbio do Projeto Guri

Seis músicos vindos de Noruega, Moçambique e Malawi vão ficar nas regiões de São José dos Campos e Marília durante dez meses

seg, 09/09/2019 - 12h31 | Do Portal do Governo
DownloadDivulgação/Guri
Intercambistas na sede da Amigos do Guri, em São Paulo

O projeto Amigos do Guri recebeu no início deste mês seis novos intercambistas vindos de Moçambique, Malawi e Noruega. Eles fazem parte do Musicians and Organizers Volunteer Exchange (Move), programa criado pela organização parceira JM Norway.

Khalusa Bandaleao, Elidio Mangane, Francis Jimmy Thera, Chisomo Chimoto, Anna Nguyen e Oskar Skorge vão ficar dez meses no Brasil. Eles vão participar das aulas do Projeto Guri, ensinando ritmos musicais típicos, bem como a história de seus países de origem, agregando seus conhecimentos e vivências às aulas.

Os jovens ficarão hospedados em Marília e São José dos Campos, duas regiões onde há polos de ensino musical do Projeto Guri. Iniciativa da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa, o projeto oferece, nos períodos de contraturno escolar, cursos de iniciação musical, luteria, canto coral, tecnologia em música, instrumentos de cordas dedilhadas, cordas friccionadas, sopros, teclados e percussão, para crianças e adolescentes entre 6 e 18 anos. Cerca de 50 mil alunos são atendidos por ano, em quase 400 polos de ensino, distribuídos no Estado de São Paulo.

Conheça os participantes:

Em Marília
Nascido no Malawi, Francis Jimmy Thera tem 22 anos e é apaixonado por música desde criança por influência de sua família: o pai é pianista e suas irmãs são cantoras. Em 2007 ele começou a carreira como vocalista e no ano seguinte se interessou por música instrumental, intensificando os estudos de bateria, piano e guitarra. Lecionou em instituições como International Ministries of the Ambassadors of Christ e Broadway International Academy. Recentemente, fazia trabalhos solos e atuava em bandas.

Elidio Mangane nasceu em Maputo, capital de Moçambique, e tem 24 anos. Bastante jovem, tomou gosto pela música e em 2015 começou a tocar guitarra e piano. Por meio de um amigo, conheceu o MOVE e se encantou pelo programa. “Percebi que era uma oportunidade de ensinar o que eu sei sobre música, principalmente sobre composição. Eu não aprendi de forma acadêmica, mas quero ensinar as técnicas que eu sei. E quero conhecer novas culturas”, disse o jovem com certo conhecimento sobre a música brasileira.

Norueguesa de 23 anos, Anna Nguyen nasceu em Sandefjord e mudou-se para Trondheim em 2016. Descendente de vietnamitas, a intercambista estuda flauta e fagote há uma década e também toca piano. O contato com a música clássica ocorreu por volta dos oito anos de idade e logo ela descobriu a paixão por ritmos como blues, soul e principalmente jazz. Anna formou-se recentemente em mídia/comunicação.

Em São José dos Campos
Chisomo Chimoto tem 24 anos, nasceu no vilarejo de Thanga, em Nkhotakota, mas vivia em Lilongwe. Formada em jornalismo desde 2016, trabalha com fotografia, edição de imagens e vídeos. Trabalhou na comunicação de organizações como a Rech out to Girls, grupo que busca a equidade entre as pessoas e o empoderamento das meninas. Destacou-se com um trabalho musical contra o ataque de albinos no país e, antes de vir ao Brasil, dedicava-se ao single Mundiperekeze.

De Maputo, Moçambique, Khalusa Bandaleao tem 25 anos e participou de diversos concursos musicais. Logo que conheceu o Music Crossroads Academy, Khalusa se empenhou em participar do Move e compartilhar conhecimentos culturais com pessoas de outros países. “Ainda pequena eu cantava na rua para comprar comida e caderno para ir à escola. Depois passei a fazer coro para artistas de Moçambique. Estar aqui é uma emoção. Vou aproveitar bastante”, disse Khalusa, cantora que conquistou vários prêmios em seu país de origem.

Caçula da turma, Oskar Skorge tem 19 anos, nasceu em Londres, mas cresceu em uma cidade costeira ao sul de Oslo, na Noruega. Formou-se no programa Internacional de Bacharelado, em Sanderfjord, também na Noruega. Toca bateria há 10 anos e pesquisa músicas de influência afro-cubana e jazz. “Quero conhecer a cultura brasileira e contribuir no que for possível”, contou o jovem.