Instituto Butantan inicia produção de vacina contra gripe

Com investimento de R$ 5 milhões, capacidade aumentará para 60 milhões de doses, 15 milhões a mais do que o produzido no ano passado

sex, 29/09/2017 - 19h04 | Do Portal do Governo
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Capacidade de fornecimento é de 60 milhões de doses, 15 milhões a mais do que foi produzido no ano passado

O Instituto Butantan, órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde e responsável por mais da metade das vacinas produzidas no país, iniciou na última quinta-feira (28) a produção da vacina contra gripe que será usada na campanha do Programa Nacional de Imunização em 2018.

A capacidade de fornecimento é de 60 milhões de doses, 15 milhões a mais do que o produzido no ano passado. Com investimento de R$ 5 milhões, o Instituto pôde aumentar a capacidade produtiva, iniciando pela primeira vez o processo de fabricação sem riscos.

Ou seja, o início da produção é concomitante ao anúncio da Organização Mundial da Saúde (OMS), que define quais tipos de vírus estão mais circulantes, e não com mais de um mês antecedência como acontecia nos anos anteriores. A OMS deve fazer o anúncio oficial das cepas circulantes em 2018 nesta sexta-feira (29).

“Esse investimento possibilitou aumentar a produção, garantindo segurança e agilidade nos processos produtivos e, posteriormente, na entrega das doses ao Ministério da Saúde. Para dar uma ideia, no ano passado, em 10 meses produzimos 45 milhões de doses e, neste ano, com este investimento, iremos fornecer 60 milhões em oito meses de produção”, explica Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.

O processo de fabricação das doses exige o trabalho interrupto de 500 funcionários, de setembro deste ano até maio de 2018, e a fecundação de 60 milhões de ovos, necessários para o cultivo dos vírus usados na vacina. Por dia, são 321.984 ovos que chegam à instituição, e que já começam a ser inoculados.

É no interior dos ovos embrionados, entre 10 e 11 dias, que são injetadas o inóculo viral do vírus H1N1 e das outras duas cepas da gripe incluídas na vacina: H3N2 e B. Durante 60 a 72 horas, os ovos ficam em período de incubação, quando o vírus injetado se replica no líquido alantoico que envolve o pintinho.

Cada ovo rende em média o equivalente a três doses de um dos vírus, e como a vacina protege contra três tipos, é necessário repetir esse processo com cada cepa, o que exige 60 milhões de ovos para produzir as 60 milhões de doses da vacina influenza trivalente (fragmentada e inativada) que são fornecidas para o Ministério da Saúde.

Após as 60 a 72 horas de incubação, o líquido é retirado do ovo e purificado, para que apenas os vírus sejam extraídos. Em seguida, se inicia um processo para inativar e fragmentar o vírus, para que ele fique sem atividade.

A transferência de tecnologia para a produção da vacina contra a influenza da francesa Sanofi Pasteur para o Butantan começou em 1999 e foi concluído em 2012. Neste mesmo ano, o Instituto inaugurou a fábrica para a produção da vacina da gripe, a maior da América Latina exclusiva para a doença. Desde então, o número de doses produzidas nacionalmente vem aumentando, passando de 6,3 milhões no primeiro ano para o número atual.