Hospital na Zona Leste para 1,5 milhão de pessoas

Terça-feira, 8 de abril de 2003

ter, 08/04/2003 - 17h45 | Do Portal do Governo

Geraldo Alckmin


Foi com grande satisfação que entreguei, no último dia 5, o Hospital Estadual do Sapopemba, na Zona Leste da Capital, onde residem mais de 1,5 milhão de pessoas, equivalente à soma da população de Campinas e São José dos Campos.

O hospital, que será uma extensão do Hospital das Clínicas, contará com os mais modernos equipamentos que a medicina pode oferecer. São 220 leitos divididos entre a pediatria, clínica médica, cirúrgica, obstétrica, ginecológica, neonatologia e pronto-socorro, além de 22 leitos de UTI (adulto e pediátrica) e sete Centros Cirúrgicos.

Na área de diagnóstico, os médicos poderão contar com tomógrafo, dois aparelhos de Raio-X, dois aparelhos de ultrassonografia, endoscopia e laboratório.

Para assegurar o bom funcionamento do hospital, entreguei sua administração para a Fundação Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, que é um órgão sem fins lucrativos. Até 2004, quando o hospital atingirá seu pleno funcionamento, a população da Zona Leste terá à sua disposição, mensalmente, 950 internações, 300 partos, 200 cirurgias e cerca de 450 consultas médicas, totalmente grátis, pago pelo Estado, com dinheiro do povo.

O Hospital de Sapopemba é o último dos 15 esqueletos de hospitais que tiveram as obras retomadas a partir de 1995.

Certa vez, em 98, ao comentar o caos encontrado na Saúde, o saudoso governador Mário Covas disse: ‘Não compreendo porque começaram 14 hospitais para não terminar nenhum. Por que não construíram apenas um e terminaram ao invés de deixar 14 parados? Isso é um desrespeito ao dinheiro do contribuinte, que pagou pela obra inacabada e não pode utilizá-la.’

Na realidade, quando assumimos o governo em 1995, além do caixa vazio, encontramos 15 esqueletos de hospitais abandonados, com as estruturas invadidas pelo mato, servindo de abrigo para marginais. Naquele ocasião, tomamos uma decisão: não construir nenhum hospital, sem antes colocar em funcionamento os 15 esqueletos. Assim foi feito. Entregamos os hospitais de Itaim Paulista, Grajaú, Pedreira, Vila Alpina e Sapopemba, na Capital; Carapicuíba, Pirajussara, Itapecerica da Serra, Itapevi, Itaquaquecetuba, Guarulhos, Diadema e Santo André, na Grande São Paulo; Sumaré e Bauru, no Interior.

O 16º Esqueleto

A prioridade foi atender os bairros periféricos da Capital e a Grande São Paulo, onde a falta de leitos hospitalares era mais marcante. O próximo passo será concluir o 16º esqueleto, o maior e o mais caro de todos para equipar, abandonado há mais de oito anos, conhecido como Hospital da Mulher, na Avenida Doutor Arnaldo, prolongamento do “espigão” da Paulista.

Quando fui prefeito, aprendi que erramos menos quando estamos perto da população. Assim, antes de concluir o chamado Hospital da Mulher, achei por bem ouvir os médicos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, responsáveis pelo complexo do Hospital das Clínicas.

O esqueleto da Doutor Arnaldo terá nova destinação. Conforme decisão da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, além de abrigar o Hospital da Mulher, o novo hospital será integrado ao complexo do Hospital das Clínicas, que hoje atende mais de 1,5 milhão de pessoas por ano. Antes de terminar minha gestão, estarei inaugurando essa nova unidade, que será, como o Instituto do Coração, mais um ícone da medicina no Brasil.