Governo de SP reúne ‘experts’ em Centro de Contingência de Coronavírus

1º caso do Brasil foi confirmado nesta quarta, na capital paulista; centro atuará na Secretaria da Saúde e conduzirá ações de enfrentamento

qua, 26/02/2020 - 17h06 | Do Portal do Governo

resumo em 3 tópicos

  • Centro definiu hospitais de referência para o tratamento de casos graves
  • Sintomas do COVID-19 são febre, dificuldade para respirar, tosse ou coriza
  • Primeiro caso de COVID-19 é de um residente da capital e esteve em fevereiro na Itália

A Secretaria de Estado da Saúde realizou, na manhã desta quarta-feira (26) a primeira reunião do centro de contingência do Estado criado para monitorar e coordenar ações contra a propagação do novo coronavírus. Este grupo trabalhará de forma integrada com o Centro de Operações de Emergências (COE) que havia sido implantado anteriormente pelo Governo do Estado.

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Dentre as definições do centro, destaca-se a definição dos hospitais de referência para o tratamento de casos graves serão o Hospital das Clínicas de São Paulo (HCFMUSP) e Instituto de Infectologia Emílio Ribas, na capital. No interior, HCs de Ribeirão Preto (USP) e Campinas (Unicamp), Hospital de Base de São José do Rio Preto e, no litoral, o Emílio Ribas II, do Guarujá. Juntas, essas unidades contam com cerca de 4 mil leitos, sendo mil de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

“É uma ação realizada com as três esferas de governo (federal, estadual e municipal), como já fizemos em outros [momentos]. Nós já tivemos juntos aqui na época do H1N1, e nós vamos seguir o mesmo modelo, adequando para o século 21”, afirma a diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica, Helena Sato.

Os hospitais privados também poderão integrar a rede, seguindo protocolos e até disponibilizando leitos, se houver necessidade. Profissionais da Saúde estadual vão reforçar os contatos com os serviços particulares para reforçar o alinhamento de estratégias e fluxos.

O Centro de Vigilância Epidemiológica irá capacitar ainda mais de 3 mil profissionais da área de saúde ao longo das próximas semanas em todo Estado. São Paulo tem 5 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS), mais de 100 mil leitos hospitalares, incluindo 15 mil de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

O Instituto Adolfo Lutz está preparado e possui kits diagnósticos para analisar amostras e realizar contraprova de laboratórios particulares, se preciso.

O centro contará com profissionais especialistas das redes pública e privada, com ênfase na área de Infectologia, sob a supervisão do Secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann, e coordenação do médico infectologista, David Uip. A lista inclui o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, e os professores Marcos Boulos (HCFMUSP), Esper Kallas, (HCFMUSP), Luiz Fernando Aranha (Unifesp), Carlos Fortaleza (HC de Botucatu) e Benedito Maciel (HC de Ribeirão).

O primeiro caso de COVID-19 é de um residente na capital e esteve, em fevereiro, na Itália (confira abaixo mais informações).

Os sintomas do COVID-19 são febre, dificuldade para respirar, tosse ou coriza. É preciso observar outros aspectos epidemiológicos, como histórico de viagem em área com circulação do vírus ou mesmo contato próximo a algum caso suspeito ou confirmado laboratorialmente para a doença.

Além da Itália, Austrália, China, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Camboja, Filipinas, Japão, Malásia, Vietnã, Singapura, Tailândia, Alemanha, França, Irã e Emirados Árabes Unidos estão na lista de locais de origem ou transição definida pelo Ministério da Saúde nesta semana. A mudança levou em conta o aumento de casos registrados fora do território chinês. As orientações foram replicadas pela Saúde aos serviços municipais.

“É imprescindível que, ao apresentar os sintomas as pessoas procurem um serviço de saúde mais próximo, como fez este paciente. A rede de saúde de SP está preparada e alerta. Prova disso é a rápida resposta e diagnóstico feito pelo Einstein e pelo Lutz, neste primeiro caso”, destaca o Secretário Germann.

“A prevenção é o mais importante para doenças respiratórias, pois vírus não respeita fronteira”, destacou David Uip. As Secretarias de Saúde do Estado e do Município de São Paulo estão monitorando as pessoas que tiveram contato com o paciente.

Cenário em SP

O primeiro caso de COVID-19 é de um residente na capital que esteve, em fevereiro, na Itália. Retornou ao Brasil em 21 de fevereiro e apresentou sintomas suspeitos, como tosse, coriza e febre, compatíveis com a suspeita de COVID-19. Ele procurou o Hospital Israelita Albert Einstein, que deu a confirmação oficial para a doença na terça-feira (25).

Seguindo o fluxo oficial definido pelo Ministério da Saúde, o exame foi enviado para contraprova no Instituto Adolfo Lutz, laboratório de referência nacional para análise de amostras casos suspeitos. O homem está em isolamento domiciliar, estável.

Hoje, também estão sob monitoramento 11 adultos, sendo 9 residentes na Capital, 1 em Lorena e 1 em São Roque. Além dos sintomas respiratórios, os pacientes têm histórico de viagem, sendo um dos casos com passagem pela China, nove pela Itália e um que teve contato com caso suspeito.

“Possivelmente a gente terá outros casos, mas neste momento a gente está aguardando, fazendo o monitoramento dos contactantes para que o vírus não se espalhe, esse é o trabalho da secretaria nesse momento”, diz o secretário executivo de Saúde de São Paulo, Alberto Kanamura.

Todas as ações e medidas seguem protocolos do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde. O site www.saude.gov.br/coronavirus está concentrando as informações atualizadas sobre o tema.

Dicas de prevenção:
– Cobrir a boca e nariz ao tossir ou espirrar;
– Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
– Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
– Não compartilhar objetos de uso pessoal;
– Limpar regularmente o ambiente e mantê-lo ventilado;
– Lavar as mãos por pelo menos 20 segundos com água e sabão ou usar antisséptico de mãos à base de álcool;
– Deslocamentos não devem ser realizados enquanto a pessoa estiver doente;
– Quem for viajar aos locais com circulação do vírus deve evitar contato com pessoas doentes, animais (vivos ou mortos), e a circulação em mercados de animais e seus produtos.