Etec de Presidente Prudente testa resíduos de poda de árvores contra ervas daninhas

Pesquisa desenvolvida por quatro alunas mostra que material pode substituir herbicida para controle de mato em áreas urbanas

ter, 05/11/2019 - 15h06 | Do Portal do Governo
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(à partir da esq.) Estefani, Fernanda, Beatriz e Amanda, as estudantes responsáveis pela pesquisa

Alunas da Escola Técnica Estadual (Etec) Prof. Dr. Antônio Eufrásio de Toledo, de Presidente Prudente, ganham destaque em uma nova pesquisa de inovação agrícola. Eles avaliaram que é possível reflorestar áreas degradadas sem o uso de herbicidas, produtos que contaminam o solo e podem afetar a saúde de quem faz a aplicação dessas substâncias.

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Por meio de uma parceria com a Energisa, empresa que atua no setor elétrico, a Etec recebe há cerca de dois anos resíduos de podas de árvores – os cortes são feitos durante o trabalho de manutenção da rede de energia do município. Inicialmente, o material triturado era usado para compostagem e melhoria do solo para uso agrícola.

Durante as aulas práticas do curso Técnico de Florestas, dadas na área de quase 25 mil metros quadrados em que a escola está instalada, o professor Renato de Araújo Ferreira e suas alunas Amanda Mendes, Beatriz Mendes, Estefani do Nascimento e Fernanda Souza desconfiaram que havia uma relação entre o uso dos resíduos de poda e a ausência de ervas daninhas e decidiram pesquisar o assunto. Essas plantas competem com as mudas de árvores por luz, água e nutrientes e, em alguns casos, lançam substâncias químicas na terra para inibir o crescimento de outras espécies.

“Pelo que testamos, é viável fazer o controle de ervas daninhas com resíduos de poda urbana”, afirma o professor. “Essa experiência não é nova, existem resultados demonstrados com uso de palha de cana-de-açúcar e sabugo de milho, por exemplo. Mas nós não encontramos uma pesquisa semelhante à nossa, feita com o mesmo material.”

Ferreira esclarece que a primeira coleta de solo para análise foi feita em novembro de 2018, antes do início do experimento, e a segunda, em junho deste ano, após a aplicação dos resíduos. “Observamos a melhora no teor de matéria orgânica, a diminuição da temperatura do solo e o aumento da umidade.”

O experimento, que também vem sendo orientado pela professora Isabela Marega Rigolin, se transformou em Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Ele foi feito em três pontos diferentes do terreno: área com pleno sol, parcialmente sombreada e sombreada. Os pesquisadores observaram a reação da vegetação em quatro circunstâncias: sem resíduos de poda, com depósito de 10 centímetros desse material orgânico, 20 centímetros e 40 centímetros. O levantamento continuará sendo feito durante o mês de novembro.