O sonho de um pai, de levar o filho portador de deficiência para passear de bicicleta, inspirou um projeto de inclusão desenvolvido por estudantes da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Jahu, localizada em Jaú, na Região de Bauru. Trata-se da Bike Solidária, um engate para ser acoplado à bicicleta, com banco ergonômico, pedais e descansos para os pés, que permite tanto as atividades de lazer quanto o exercício físico para portadores de deficiência física.
O equipamento é também resultado da obstinação de Rodrigo Alves, ciclista amador e pai de Henrique, jovem portador de paralisia cerebral. Ele já havia tentado, sem sucesso, construir quatro veículos adaptados para atender às necessidades do filho, que tem os movimentos de pernas e do tronco comprometidos. Quando soube que a Fatec Jahu trabalhava com projetos de inclusão, entrou em contato e contou sua ideia.
“O grupo de alunos que aceitou o desafio entrou em uma imersão, estudou a patologia de Henrique, levantou os seus dados antropométricos (peso, altura, massa corpórea etc.) e se aprofundou no caso com diversas entrevistas com Rodrigo e o fisioterapeuta de Henrique. Chegaram à conclusão de que além de divertir, o exercício poderia ter um impacto positivo no tratamento do adolescente”, explica o orientador do projeto, Flávio Cardoso Ventura.
A Bike Solidária foi desenvolvida por quatro estudantes do curso superior de tecnologia em Gestão da Produção Industrial: Luís Fernando de Oliveira, Leodonis André Souza Patez, Greisse Kelly Santos Cancian e Aline Gabriela Piccoli. Ao todo, foram 12 meses para desenvolver a bicicleta, que foi doada a Rodrigo e seu filho.
“Eu entrei na faculdade de um jeito e estou saindo outra pessoa por causa desse projeto. Foi muito gratificante ver o pai chorando emocionado ao realizar o sonho de passear com o filho”, afirma Luís Fernando.
Inclusão
A bicicleta está entre os projetos de inclusão desenvolvidos na disciplina de Projeto de Produto do curso de Gestão da Produção Industrial. A partir de demandas reais de instituições de assistência da cidade, os estudantes criam soluções inclusivas.
Outros exemplos são a cama que se transforma em cadeira de rodas, para transporte de pacientes acamados, e a bengala para deficientes visuais com sensores que identificam obstáculos acima da linha da cintura.
