Discurso de Posse do Governador Tarcísio de Freitas, no Palácio dos Bandeirantes

"Hoje é dia de reafirmar compromissos. O compromisso com o desenvolvimento, com um Estado que é a locomotiva econômica do país"

dom, 01/01/2023 - 13h27 | Do Portal do Governo
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Tarcísio Gomes de Freitas no Palácio dos Bandeirantes

Hoje é um dia especial, pois marca o início de uma caminhada. Pelos próximos quatro anos, o time que hoje assume fará o máximo para vencer os imensos desafios que nos são impostos. A reponsabilidade de governar um Estado como SP, que se fosse um País seria a 21a economia do mundo, 3a da América Latina, é enorme, só não é maior do que a motivação de fazer a diferença. Apesar da pujança, temos um Estado desigual e a atenção às demandas populares deve ser o grande direcionador da ação do Estado.

É dia de expressar gratidão, que é uma forma singular de reconhecimento. Gratidão a Deus por revigorar as nossas forças, preparar o nosso caminho e conduzir nossos passos sob a sua vontade. Gratidão à minha esposa Cristiane, meu pilar, minha fortaleza e da nossa família. A pessoa mais verdadeira e mais forte que conheci. Quem está ao meu lado há 25 anos, e que sempre teve fé. Não de que nosso projeto seria o vitorioso, mas de que Deus faria a sua vontade e a nós caberia sempre fazer o nosso melhor. E ela estava certa. Aos meus filhos, Matheus e Letícia, que me inspiram diariamente e a quem devo muito pela compreensão e apoio em toda essa jornada. À minha mãe, Maria Alice, quem me ensinou desde cedo a importância do joelho dobrado, quem me deu força em muitos dos momentos difíceis que tive nessa jornada, com uma mensagem, uma ligação ou uma oração.  Ao meu pai, Amaury que hoje é a minha maior saudade, que me ensinou a importância do trabalho duro e foi um exemplo de que honestidade é o pilar de qualquer história de vida. Você faz muita falta, pai.

Na política, inicio meus agradecimentos, como não poderia deixar de ser, pelo presidente Jair Bolsonaro, que me lançou este desafio, que enxergou o que ninguém havia enxergado naquele momento. Quanta ousadia! A montagem do ministério em 2019 já havia sido ousada. Houve a aposta em técnicos desvinculados das pressões partidárias, padrão que estamos reproduzindo em São Paulo. As ideias ousadas, como disse Goethe, são como peças de xadrez, que se movem para frente; às vezes até as perdemos, mas podem começar um jogo vitorioso. Neste movimento, eu e outros técnicos chegamos ao primeiro escalão do governo federal e nunca nos faltou apoio, incentivo, patrocínio da ousadia, que foi premiada, no caso da Infraestrutura, por leilões de concessão com modelos inovadores, vitoriosos em um momento desafiador e por reformas de marcos importantes referendadas pelo Congresso Nacional.

Cabe aqui uma outra reflexão. Uma das palavras mais pronunciadas na política hoje é pacificação. Certamente por expressar um anseio social. Mas a pacificação demanda gestos e passa seguramente por retrospectiva crítica, que nos blinde de erros cometidos, mas também pelo reconhecimento de avanços. Avanços sim!  Apesar de todas as adversidades, o Brasil hoje está crescendo, criando empresas, gerando empregos, com a inflação em queda. O investimento hoje é majoritariamente financiado por bancos privados, pelo crédito livre e pelo mercado de capitais. O aumento da oferta de crédito e o fortaleciemento do mercado de capitais elevaram a taxa de investimento ao maior nível desde 2014. O Brasil deve encerrar o ano com Superávit de 0,4% do PIB  graças à melhora da qualidade do gasto público e do melhor ambiente de negócios, privatizações e concessões foram realizadas, se avançou na desburocratização e na desregulamentação, marcos foram aprovados como o do saneamento, gás, energia, cabotagem, ferrovias. Se olharmos o gasto da União em 2022, ele será 0,5 ponto percentual do PIB, menor que em 2018. Será a primeira vez desde a redemocratização que um presidente lega para o seu sucessor um gasto menor do que o herdado do governo anterior. Além disso, transfere uma carteira contratada de quase um trilhão de reais em investimentos em infraestrutura, que vão dinamizar a economia e gerar muitos postos de trabalho.   Houve melhora fiscal real e estrutural, mesmo diante do desafio da pandemia. O poder público é como uma corrida de revezamento. Recebe-se o bastão, corre-se na maior velocidade possível, passa-se o bastão para quem correrá depois. O que se espera é que não haja retrocessos em termos de qualidade do gasto, gestão fiscal e parcerias com a iniciativa privada. São Paulo e o Brasil precisam caminhar juntos. Um não prospera sem o outro.

Expresso ainda minha gratidão a Felício Ramuth, vice-governador de São Paulo, um grande amigo que a política me deu. Que, em um gesto de grandiosidade, abriu mão do seu projeto para caminhar comigo Gestor experimentado, bem sucedido por onde passou, trouxe uma densidade para nosso time e ainda mais certeza de que será possível fazer muito por São Paulo.

À Guilherme Afif Domingos, que, além de um grande professor, se tornou um amigo e uma pessoa que fez toda a diferença na construção desse projeto. Que honra o ter ao meu lado nessa jornada, Afif. Ao Presidente do meu partido, o Dep. Federal Marcos Pereira, que me acolheu nos quadros do Republicanos e meu deu todo apoio necessário em todos os momentos da caminhada. Também agradeço aos presidentes dos partidos que fizeram parte da nossa coligação, em especial ao ex-ministro e futuro Secretário de Governo Gilberto Kassab, pelas inúmeras portas abertas ao longo da campanha, ao Senador Marcos Pontes, às deputadas e deputados, prefeitas e prefeitos, vereadoras e vereadores, aos amigos de toda uma vida que, mais uma vez, acreditaram em mim e resolveram me acompanhar.

Hoje é dia de agradecer a população de São Paulo, que me acolheu de forma muito carinhosa. Que não perguntou de onde eu vim. Que preferiu apostar no “para onde podemos ir”. Agradecer àqueles que acordam cedo, que passam horas no ônibus para ir e voltar do trabalho, apostando que a mobilidade vai melhorar. Que o metrô vai chegar, que o trem vai sair do papel. Agradecer às mães que apostaram que poderemos ter ensino de qualidade para seus filhos. E por que não? Por que não ter tecnologia em sala de aula, ensino de idioma, educação financeira, programação? Quantos programadores, desenvolvedores de aplicativos, quantos empreendedores podemos ter em nossas escolas públicas? Quantos talentos? Agradecer à Dona Yara, que na campanha me recebeu em sua casa, na Vila Ayrosa, onde percebi que na cidade mais rica do Brasil, o esgoto ainda pode correr em céu aberto, que ainda falta saneamento, que ainda falta dignidade, o que desperta em nós senso de urgência. Agradecer aos que pacientemente esperam um exame, uma cirurgia eletiva, sem ter clareza de quando serão atendidos. Agradecer aos agricultores, que, com as mãos cheia de calos, acreditam que a assistência técnica vai fazer a diferença, que haverá crédito, seguro, que acreditam que seremos capazes de enfrentar o fantasma da falta de água. Agradecer aos comerciantes, aos empresários pela crença de que o peso da burocracia vai diminuir, que seus custos cairão e que o Estado será mais competitivo, agradecer aos servidores públicos por acreditarem que perceberemos o Estado como prestador de serviços, que para ter qualidade demandam profissionais qualificados e motivados. Agradeço aos quase 13,5 milhões de paulistas que acreditaram neste projeto. Entendemos o recado das urnas: vamos governar para todos, renovando a esperança de um futuro melhor, percebendo e explorando cada potencial do Estado, apostando na inovação, na tecnologia como arma poderosa para o crescimento e para a melhoria na prestação dos serviços.

Hoje é um dia em que sentimentos se misturam. Há a esperança tão própria das viradas de ano, a esperança de que dias melhores virão. Também há um sentimento de cansaço frente promessas vazias, uma desconfiança em relação aos rumos do País, do Estado, um descontentamento com a qualidade dos serviços públicos. Só há um remédio para lidar com a desconfiança. E é um remédio poderoso capaz de tutelar as relações entre a sociedade e o Estado: o cumprimento de promessas. A realização de compromissos.

Hoje é dia de reafirmar compromissos. O compromisso com o desenvolvimento, com um Estado que é a locomotiva econômica do país, que merece uma economia dinamizada e aberta, parceira do empreendedor e da iniciativa privada, mais competitiva e mais integrada internacionalmente. São Paulo pode e deve ser protagonista nos processos de transição energética, líder em economia verde, exemplo de investimentos sustentáveis. Não é para menos. Sabemos que os fluxos financeiros estarão fortemente aderidos aos padrões ambientais. O compromisso de acionar as alavancas do crescimento: o aumento da oferta de energia, a diminuição da carga tributária, a oferta de crédito para micro e pequenos empreendedores, os investimentos pesados em infraestrutura, a capacitação profissional e a digitalização.

Mas o crescimento econômico não é um fim em si mesmo. Há uma razão para que persigamos insistentemente o crescimento: é o resgate social. A grande finalidade do mandato é fazer a diferença. Cada meta alcançada muda realidades, transforma trajetórias, traz esperança, dignidade! Dignidade é uma palavra chave. Não podemos ficar inertes ao sofrimento cotidiano de dependentes químicos amontoados nas cracolândias, insensíveis com a situação de quem não tem abrigo, emprego, futuro. Não podemos achar normal a fome e, em um mundo que dispõe de tanta tecnologia, não podemos tolerar o analfabetismo e o racismo.

Daí a importância de, por um lado,  se preservar o legado herdado. Os restaurantes bom-prato, os Poupatempo, a rede de hospitais estaduais, a Rede Lucy Montoro, a gestão publicizada da cultura, lembrando que a economia criativa é forte geradora de oportunidades, a rede de ensino técnico e tecnológico, as parcerias público-privadas. Como disse, legado não pode ser ignorado. Por outro lado, podemos e devemos contribuir para o aumento da oferta de moradias, para a revitalização dos centros urbanos, para a melhoria da mobilidade, para a melhoria do ensino, para a melhoria dos serviços de saúde e para o fortalecimento dos programas de transferência de renda e combate a pobreza. Como será bom ver jovens acessando pela primeira vez o mercado de trabalho por meio do “Programa Jovem Aprendiz Paulista”. A cidadania existe de fato na medida da qualidade da prestação dos serviços públicos.

Para cumprirmos compromissos e transformarmos o serviço público é necessário trabalhar com grandes técnicos, ter humildade para reconhecer que a grandeza do Estado deve preceder qualquer objetivo pessoal, e promover o diálogo constante. O diálogo é construtor de pontes. É fundamental dialogar com os outros poderes, com o governo federal, com a imprensa, mas sobretudo, com os mais necessitados, com excluídos, com invisíveis. Não se provê tratamento para dependentes químicos sem a construção de laços de confiança.  Diálogo não significa fornecer insumo para alimentar corporações que estão insuladas nos seus próprios interesses e, portanto, são incapazes de adotar uma postura propositiva frente aos desafios. O diálogo deve ser um instrumento de edificação de justiça social.  O diálogo também será importante para aglutinar as bancadas paulistas em torno dos interesses do Estado, de forma a suprir uma grande lacuna. Desde a década de 30 do século passado, há um desbalanceamento entre o peso econômico e o peso político. São Paulo precisa ter mais voz!

Hoje é dia de pensar em disrupção. Em tempos de 5G, de democratização de acesso à dispositivos móveis precisamos fazer mais com menos, mudar os modelos de prestação de serviço público, usar maciçamente a tecnologia em prol do cidadão. A integração de sistemas e o geoprocessamento serão fundamentais na segurança pública, por exemplo. A ousadia na gestão nos ajudará a tirar o máximo do patrimônio imobiliário do Estado. Será necessária a criatividade para aumentar significativamente o investimento em universalização do saneamento básico e ainda assim, reduzir as tarifas, para concluir o rodoanel ou a linha 17, para fazer o metrô alcançar mais pessoas ou para ver ligações ferroviárias saindo do papel. Para acabar o que ficou pelo caminho. Precisamos entregar as pequenas coisas, que mudam a rotina e fazem a diferença. Como dizia Franco Montoro “minha maior obra é o conjunto das pequenas obras” ou Mário Covas “Penso que, às vezes, mais vale eliminar uma fila do que construir um viaduto”.

Hoje é dia de pensar e exaltar São Paulo!

Pelo Brasil, faça-se o melhor!

Muito obrigado!