CRAVI contabiliza 379 atendimentos na Escola Raul Brasil

Também foram feitas visitas domiciliares para as pessoas que não têm condições físicas ou psicológicas para retornar à escola em Suzano

seg, 15/04/2019 - 18h33 | Do Portal do Governo

Após 30 dias da tragédia na Escola Raul Brasil, em Suzano, o Centro de Referência e Apoio à Vítima (CRAVI), programa da Secretaria da Justiça, realizou mais de 17 plantões e contabilizou 379 atendimentos psicológicos individuais e em grupos, para alunos, professores e funcionários nas dependências da escola, e visitas domiciliares para as pessoas que não têm condições físicas ou psicológicas para retornar à escola.

De acordo com Bruno Fedri, psicólogo do CRAVI que vem atuando em Suzano, os atendimentos tiveram como objetivo colaborar para a abertura de um espaço de escuta e acolhimento para a elaboração da violência e recaracterização gradativa do ambiente escolar como espaço comprometido com a coletividade e o aprendizado.

Para o psicólogo, o restabelecimento da segurança e a elaboração do luto são alguns dos maiores desafios encontrados no contato com as pessoas que vivenciaram a tragédia.

“A escola, que antes era um espaço de convivência que facilitava o estabelecimento de vínculos entre os alunos, tornou-se prejudicado com a violência que ocorreu no local. Todos se sentem inseguros e ansiosos, e ainda encontram pela frente a tarefa de elaborar o luto de seus colegas, o que demanda tempo e acompanhamento especializado”, disse Fedri.

“A história da escola Raul Brasil, a mais antiga da cidade e que certamente contém exemplos de superação e conquistas, não pode ser resumida neste ato de violência. Esperamos poder transformar e ultrapassar este episódio”, destaca.

O CRAVI continuará realizando plantões psicológicos semanais no local. Como proposta de intervenção, além dos plantões, o programa criará um “Grupo de Cidadania”, com o objetivo de oferecer um ambiente de atendimento baseado na promoção dos direitos humanos e da cidadania.

O grupo será formado por alunos e alunas, por meio de encontros semanais com duração de duas horas e com temas pré-estabelecidos, como “direitos e deveres”, “escola que temos x escola que queremos”, e “com quem podemos contar para pedir ajuda?”. Serão realizados 10 encontros na própria escola com aproximadamente 20 participantes em cada grupo.

Ao final, os integrantes serão convidados a confeccionar algo sobre aquilo que foi discutido no grupo, podendo ser um livro, uma exposição ou mesmo um memorial.

Além disso, o CRAVI instalará uma unidade em Suzano, em local que será disponibilizado pela Prefeitura, conforme ficou definido em reunião realizada no dia 15 de março, entre as Secretarias de Estado da Justiça, da Educação, e da Saúde. O trabalho do CRAVI incluirá a capacitação das equipes de psicólogos e assistentes sociais para o atendimento especializado necessário.