CPTM recebe peças sobre as aventuras dos migrantes em SP

Montagens do projeto “Nos trilhos abertos de um leste imigrante” acontecem nos dias 13 e 14 de dezembro nas linhas 10-Turquesa e 11-Coral

qua, 13/12/2017 - 8h31 | Do Portal do Governo

Quem embarcar nas linhas 10-Turquesa e 11-Coral nesta quarta e quinta-feira (13 e 14) terá a oportunidade de conferir as últimas apresentações do projeto “Nos trilhos abertos de um leste imigrante”.

A intervenção apresentará dois espetáculos inspirados nas histórias de passageiros da própria CPTM. A peça “A velhice” narra a história do Sr. Vital, que nasceu em Mariana (MG) e, em 1964, veio tentar a sorte na capital paulista. Aqui, trabalhou em diversas metalúrgicas, no período em que o sindicalismo era bastante forte. Vital testemunhou as lutas e os desdobramentos trabalhistas da época. Mas seu sonho sempre foi tocar sanfona.

Já a montagem “A vida adulta, a mulher” conta a história da pernambucana Janaína, que durante a infância sofreu diversos abusos e, aos 15 anos, foi obrigada a se casar. Por 18 anos, a jovem conviveu com o marido que a agredia fisicamente e chegou até a ser hospitalizada.

Com o incentivo dos filhos, Janaína se libertou do relacionamento e veio para São Paulo, onde mora há seis anos. A peça retrata um sonho que ela não pôde realizar: sua festa de 15 anos. A viagem com destino a Guaianases é para buscar o bolo de aniversário e festejar com o público na própria estação de trem.

As apresentações começam no Espaço Cultural da Estação do Brás. De lá, os artistas e os usuário embarcam no trem e a montagem é encenada durante todo o trajeto.

Para participar da viagem teatral os interessados devem se inscrever pelo e-mail reservas@coletivoEstopôbalaio.com.br e chegar à Estação Brás com 30 minutos de antecedência. O grupo tem espetáculos programados até o dia 14 de dezembro.

Sobre o projeto
Durante 24 meses, os artistas do grupo teatral ouviram os relatos dos usuários que, devido à distância, sentiam falta de familiares e amigos. Muitos deles, sem saber ler e escrever, recorriam aos atores que se disponibilizavam nas estações para escrever cartas voluntariamente aos entes queridos, amenizando assim a saudade.