CPP de Jardinópolis torna-se modelo bem sucedido em SP

Unidade prisional completa 6 anos e, após motim de 2016, foi totalmente reconstruída, tornando-se modelo

ter, 29/10/2019 - 19h42 | Do Portal do Governo
Sala de aula do CPP de Jardinópolis

A trajetória do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Jardinópolis é de sucesso. A unidade prisional completou seis anos de existência no mês passado e, após sofrer um motim em 2016, foi totalmente reconstruída, tornando-se modelo dentro do sistema prisional de São Paulo.

“Desde o início, houve muita resistência por parte dos moradores e autoridades para a implantação da unidade na cidade”, conta o Coordenador das unidades prisionais da região noroeste, Carlos Alberto Ferreira de Souza.

O CPP foi inaugurado em 18 de setembro de 2013. Segundo o Diretor do presídio, Evandro Bueno Campanhã, ao assumir o cargo, ele encontrou dificuldades para conseguir apoio externo. “A gente se sentia estrangeiro em nosso próprio país. As portas se fechavam e parecia que essa seria a maior de nossas lutas: quebrar barreiras, preconceitos, resistências e incompreensões”, recorda-se.

Embora o embate tenha sido muito intenso, após o início das atividades no CPP, toda obstinação se dissolveu com o trabalho. “Isso mostrou que a unidade pode ser uma grande parceira do município. A parte de limpeza, manutenção e conservação de toda a cidade é feita com a mão de obra de reeducandos”, cita Ferreira de Souza, Coordenador da CRN.

“[A unidade] foi reconstruída com a mão de obra dos próprios presos que a destruíram”, pontua o coordenador da CRN. “O exemplo de superação e resiliência do CPP de Jardinópolis culminou com o fato da unidade, hoje, ser muito melhor do que quando inaugurou”, completa o coordenador da CRN.

Exemplo

O CPP de Jardinópolis conta, atualmente, com mais de 300 presos estudando (ensinos Fundamental e Médio) e dois fazendo faculdade a distância.

São duas escolas funcionando na unidade com dez salas de aula, além de espaço para leitura, sala de informática e biblioteca com acervo de mais de 4 mil livros.

Há, ainda, 138 internos em cursos profissionalizantes e outros 91 envolvidos em atividades complementares de educação, como leitura, poesia e cinema. São 730 reeducandos trabalhando, sendo 216 para as prefeituras de Jardinópolis, Pontal e Ribeirão Preto, além de 151 para empresas parceiras e 363 que prestam serviço na unidade.