A partir deste sábado (3), o Museu Catavento inaugura na seção do Universo a primeira réplica sólida do Mecanismo de Anticítera, equipamento construído pelos gregos no período antes de Cristo.
Em seguida, às 14h, acontece uma palestra da professora de História da Ciência Beatriz Bandeira, da Universidad Nacional de Tres de Febrero, de Buenos Aires, que construiu a réplica em parceria com Júlio Couxil, da Universidad Autónoma de Madrid, da Espanha.
Precisão
A engenhosidade da construção e o funcionamento do Mecanismo de Anticítera revelavam, por meio de cálculos, as posições do Sol (dias e ano), das estrelas e as fases da Lua. O aparelho previa, ainda, as datas dos Jogos Olímpicos, além de eclipses lunares e solares, inclusive com data e hora.
O experimento permitirá ao público do Catavento, museu de Ciência e Tecnologia da Secretaria da Cultura do Governo de São Paulo, o acesso a novos conhecimentos sobre o universo de forma didática. A mostra tem o objetivo de estimular crianças, jovens e adultos a descobrir os segredos da astronomia, além de proporcionar uma reflexão sobre a precisão do passado e do presente.
História
A réplica foi doada pelos professores de História da Ciência Gildo Magalhães dos Santos, da Universidade de São Paulo, e Beatriz Bandeira para o Catavento Cultural e Educacional.
Encontrado em 1901, no Mar Mediterrâneo, o Mecanismo de Anticítera é composto por mais de 30 engrenagens de bronze. A estrutura, movida por uma manivela, é considerada um computador mecânico. Construído há mais de 2.200 anos, o equipamento mostra os acontecimentos surpreendentes do céu e já passou pela análise de historiadores, astrônomos, filólogos, filósofos, arqueólogos, matemáticos, físicos e engenheiros.
Atrações
O Museu Catavento foi inaugurado em março de 2009 e apresenta mais de 250 instalações, divididas entre as seções Universo, Vida, Engenho e Sociedade. Cada setor foi elaborado com iluminação e sons diferentes, que contribuem para criar atmosferas únicas e envolventes.
Entre as atrações, os visitantes conferem aquários de água salgada, anêmonas e peixes carnívoros e venenosos, uma maquete do sol e uma parede de escaladas, em que é possível ouvir histórias de personalidades como Gengis Khan, Júlio César e Gandhi.
No local, também é possível conferir o acervo da Fundação Museu da Tecnologia de São Paulo, transferido para a instituição em 2011, que conta com a locomotiva Dübs (fabricada em 1888 na Inglaterra e que foi usada brevemente para o transporte de carga) e o avião bimotor DC-3 (1936), usado como cargueiro militar na Segunda Guerra Mundial.