CDP de São Vicente aborda direitos da população LGBT

Unidade prisional promoveu força-tarefa no atendimento a presos nas áreas da saúde, justiça e cidadania

seg, 09/09/2019 - 16h42 | Do Portal do Governo

Reeducandos, membros da comunidade LGBTQI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Queer, Intersexuais e outros), participaram de palestra sobre legislação e diversidade sexual, durante a 3ª Jornada de Cidadania e Empregabilidade do Centro de Detenção Provisória (CDP) “Luis César Lacerda” de São Vicente.

O objetivo da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) com a ação é o de fortalecer alicerces nos planos de vida em liberdade dos reeducandos. A Jornada é organizada com o apoio das Coordenadorias das Unidades Prisionais da Região do Vale do Paraíba e Litoral e de Reintegração Social e Cidadania, e conta com alianças firmadas com entidades da sociedade civil para ações voltadas aos internos. O evento ocorreu em 14 de agosto.

Em parceria com a Secretaria da Justiça e Cidadania, os detentos que se identificam com a sigla LGBTQI+ e simpatizantes foram convidados a participar da palestra “Mais respeito”, com o coordenador de Políticas para a Diversidade Sexual, Marcelo Martins Ximenez Gallego. O encontro aconteceu a convite da diretora de saúde do presídio, Elaine Cristina da Silva Marcelino, e contou com a presença de Charles Wellington Bordin, diretor do Centro de Políticas Específicas da SAP.

“O Estado tem que garantir a dignidade dessas pessoas”, afirma o coordenador. “É uma população que carece de um olhar mais carinhoso, por já ter sofrido preconceitos mesmo antes de perder a liberdade”, disse o coordenador de Políticas para a Diversidade Sexual, Marcelo Martins Ximenez Gallego.

Para Nauany, interna transexual de 38 anos, as pautas abordadas no encontro são ensinamentos que irão auxiliá-la quando sair do presídio. “Eu vivi a minha história sendo muito discriminada e essa rejeição me levou ao crime”, afirma. Há seis meses em cárcere, a reeducanda pretende trabalhar como cabeleireira, uma vez que esteja em liberdade. “Quando conversamos sobre diversidade sexual, eu aprendo sobre mim mesma e me sinto mais forte para reescrever minha história”, acredita.