Cartilhas ajudam mães a cuidar de bebês enquanto cumprem pena

Publicação distribuída nas penitenciárias e ilustrada com fotos dos filhos das detentas auxiliam as mães a cuidar dos recém-nascidos

dom, 29/01/2017 - 13h28 | Do Portal do Governo

Mães que cumprem pena no sistema prisional paulista ganharam uma cartilha com orientações sobre como cuidar de seus bebês. A ideia surgiu da constatação de que muitas mães da Penitenciária Feminina da Capital (PFC) tinham receio de cuidar dos recém nascidos, principalmente aquelas que passavam pela experiência da maternidade pela primeira vez.

A “Cartilha do Bebê” é  ilustrada com fotos de bebês das detentas e foi produzida pela Coordenadoria de Saúde da Secretaria da Administração Penitenciária do Estado, com a participação de  uma equipe constituída por profissionais da própria penitenciária, colaboração de enfermeira do Hospital Santa Joana, produtor gráfico e um fotógrafo da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), com a coordenação da direção da PFC. Depois de pronta,  a cartilha foi distribuída para as demais penitenciárias.

Além de informações sobre os cuidados com o bebê, troca de fraldas, aleitamento materno, cuidados com a alimentação e o que fazer em emergências com o afogamento com o leite e alimentos, a cartilha conta com um espaço para anotação de registros. Nele, podem ser incluídas informações sobre os progressos com o desenvolvimento da criança, como o peso e altura no decorrer do tempo, e registros sobre o primeiro banho, corte de unha, mamadeira, papinha e outros.

De acordo com o artigo 83 da Lei de Execução Penal,  o recém-nascido pode permanecer com a mãe nas penitenciárias no mínimo por seis meses de idade, tempo necessário para amamentação. Após esse período, a guarda da criança passa a ser de um parente da detenta e na ausência deste deve permanecer  em um abrigo, enquanto a mãe cumpre pena. Assim, a cartilha permite o conhecimento da rotina do bebê pela pessoa que for cuidar dele.

Foram produzidas 1.000 exemplares da “Cartilha do Bebê”  para serem distribuídas nas penitenciárias, sendo que de todas as coordenadorias da SAP, em pelo menos uma das unidades possui Alas de Puérperas adequadas para receber a gestante e o bebê. São elas: Penitenciária Feminina de Tupi Paulista, Centro de Progressão Penitenciária do Butatã, Penitenciária Feminina “Sandra Aparecida Lário Vianna ” de Pirajui, Centro de Ressocialização Feminina de Itapetininga, Penitenciária Feminina de Mogi Guaçu e a Penitenciária Feminina II de Tremembé. Integram o sistema prisional paulista 126 gestantes e 107 bebês que nasceram em ambiente penitenciário.

RG
Em iniciativa pioneira adotada em outubro do ano passado, as mães detidas na Penitenciária Feminina da Capital  puderam emitir os documentos de identidade (RG) de seus bebês. Segundo a direção da penitenciária, a medida teve por objetivo facilitar o trâmite de encaminhamento das crianças para os familiares próximos das detentas e mais tarde para o sistema educacional, conforme estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A emissão do documento é um direito garantido às reclusas em trânsito de amamentação.