A virada

JOSÉ SERRA Durante muito tempo os paulistas ficaram sem entender a razão pela qual São Paulo não conseguia produzir um megaevento cultural que estivesse à altura da sua riqueza econômica, […]

seg, 18/05/2009 - 15h27 | Do Portal do Governo

JOSÉ SERRA

Durante muito tempo os paulistas ficaram sem entender a razão pela qual São Paulo não conseguia produzir um megaevento cultural que estivesse à altura da sua riqueza econômica, política e social. Havia, sim, principalmente na Capital, grandes shows nacionais e internacionais, exposições, museus e feiras que atraíam pessoas de várias partes do Brasil, e até do mundo. São Paulo tinha o seu charme cultural, mas faltava alguma coisa com a cara e o jeito dos paulistas – e que os fizesse participar, juntos, de uma experiência inesquecível. Faltava uma virada!

E foi assim que, em 2005, durante a minha gestão na Prefeitura de São Paulo, criamos a Virada Cultural. As duas primeiras edições foram realizadas somente na Capital, levando milhões de pessoas para as ruas, praças e todos os tipos de espaços disponíveis, principalmente na área central da cidade, atrás de espetáculos de música, dança, teatro, cinema…. Literalmente, elas retomaram o coração da metrópole para si.

Em 2007, já como governador de São Paulo, e contando com nosso secretário da Cultura, João Sayad e sua equipe, procuramos levar a Virada para o interior do Estado. Desde então, ela só cresceu. No primeiro ano, teve 381 atrações e reuniu um público de 200 mil pessoas. Em 2008, foram 476 atividades culturais assistidas por 740 mil paulistas. Neste ano, mais precisamente neste sábado e domingo, a Virada Cultural Paulista oferecerá seu cardápio de 563 atrações para um público esperado de 1 milhão de pessoas. Já é o maior evento cultural do interior e litoral de São Paulo. E, sinceramente, não é tão caro, em face do proveito cultural obtido: cerca de R$ 5,5 milhões em 2009 – 22% a mais do que no ano passado. Isto sem levar em conta as contrapartidas das Prefeituras, que investiram R$ 2,5 milhões para garantir a infraestrutura dos eventos.

A Virada Paulista acontece em 24 horas ininterruptas: das seis da tarde de sábado às seis da tarde de domingo. A maior parte das coisas ocorre ao mesmo tempo, em locais diferentes. As pessoas podem escolher segundo suas preferências, fazer seus roteiros, escolher onde irão compartilhar seu lazer e as suas emoções com os parentes, amigos, vizinhos, conhecidos e… com “estranhos”. Curtir a Virada Cultural Paulista traz uma virada na vida de cada um, e da cidade em que se realiza. As pessoas se sentem bem, mais donas de seu espaço urbano e mais cidadãs.

A Virada Cultural Paulista de 2009 vai movimentar 20 cidades do interior de São Paulo, a maior parte delas sedes de Regiões Administrativas: Araçatuba, Araraquara, Assis, Bauru, Caraguatatuba, Franca, Indaiatuba, Jundiaí, Marília, Mogi das Cruzes, Mogi Guaçu, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São Bernardo do Campo, São João da Boa Vista, São José dos Campos, São José do Rio Preto, Santa Bárbara D’Oeste, Santos e Sorocaba.

Serão apresentados espetáculos de teatro, música e dança, intervenções urbanas, sessões de cinema e exposições de arte ao ar livre e em espaços culturais . Para ver a programação completa, basta entrar no site www.saopaulo.sp.gov.br. Haverá shows com artistas que estão começando na carreira e encontram aqui uma oportunidade de mostrar seu trabalho, e daqueles já consagrados: Jorge Ben Jor, Moraes Moreira, Orquestra Jazz Sinfônica, Almir Sater, Orquestra Sinfônica do Estado, Yamandu Costa, Marcelo D2, Paula Lima e Kleiton e Kledir, entre muitos outros.

É importante destacar que a Virada Cultural Paulista acontece graças à parceria e ao empenho das Prefeituras. Ao Governo do Estado cabe oferecer estrutura e recursos, mas a realização será sempre da própria cidade. Por isso, é importante que seus benefícios não fiquem restritos apenas a eventos artísticos. Nossa expectativa é que a Virada Cultural se transforme também em agente revitalizador dos centros das cidades. Para isso, é preciso atrair as pessoas para esses locais, que vivam neles experiências de convívio, reconhecendo-se como parte de um todo. As regiões centrais ainda representam a memória dos municípios mas, devido à rapidez com que ocorrem os processos de modernização, em muitos deles essa memória tem sido cada vez mais esquecida. Eis outro motivo para unir todas as forças na grande virada. Não esqueçamos também que a Virada Cultural Paulista é um agente econômico. Bem divulgada, ela atrai gente de fora, movimenta hotéis, bares, restaurantes e vários outros tipos de atividades comerciais.

A todos os que, como eu, vão prestigiar a Virada Cultural Paulista neste final de semana, desejo que ela seja excelente.