O balanço anual da Central de Achados e Perdidos do Metrô registrou um novo recorde de objetos deixados nas estações em 2018. Foram 91.367 itens cadastrados pelos funcionários, uma média de 7,5 mil novos objetos todo mês. Em 2017 foram catalogados 82.512 objetos.
O maior percentual de tudo que foi esquecido nas estações do Metrô em 2018 continua sendo o de documentos (62%). O restante (38%) inclui objetos dos mais variados tipos, tamanhos e utilidades, como artigos de papelaria, carteiras, peças de vestuários, óculos, relógios, aparelhos de celular, instrumentos sonoros, brinquedos, alianças, chaves etc.
As dez estações com maior número de objetos e documentos perdidos no ano passado foram a Sé, Palmeiras/Barra Funda, Jabaquara, Corinthians/Itaquera, República, São Bento, Ana Rosa, Tucuruvi, Trianon-Masp e Paraíso.
Para a usuária do Metrô, Zilda Salete Chion, o serviço foi muito importante, pois ela conseguiu encontrar a bolsa da neta. “Nós estávamos em Tamanduateí e ela percebeu que não estava com a bolsa. Falei com um funcionário muito atencioso que nos indicou o Achados e Perdidos. Fomos até a Sé e eu descrevi como era o objeto e consegui retirar. Ela estava do mesmo jeito, com tudo dentro”, afirmou.
A neta, Evelin Chion Sampaio, relembra o medo de não encontrar a bolsa. “Eu estava no Metrô e percebi que a minha bolsinha caiu. Aí nós falamos com o moço e ele pediu para que fôssemos no Achados e Perdidos. Eu pensei que não fosse encontrar, mas ela estava lá, não tinha nada faltando. Fiquei muito feliz”, conta.
Vale lembrar que o Posto de Atendimento da Central de Achados e Perdidos funciona na estação Sé, de segunda a sexta-feira, exceto feriados, das 7 às 20h. Todos os objetos recolhidos nas estações das linhas 1, 2, 3 e 15, operadas pelo Metrô, e da Linha 4-Amarela, que é operada pela ViaQuatro, são encaminhados para a Sé e permanecem no local para devolução por 60 dias.
Segundo o coordenador de Atendimento e Serviços ao Usuário do Metrô, Marcos Borges, o serviço é um dos mais antigos da cidade de São Paulo, com 43 anos. “Nós estamos saindo do círculo vicioso do ‘achado não é roubado’. As pessoas não estão mais agindo assim, é um círculo virtuoso, elas acham e devolvem o que não é delas. Para esse círculo se fechar certinho, é preciso que as pessoas também venham buscar o que perderam”, afirma.
As consultas de documentos e objetos identificados também podem ser realizadas por meio da Central de Informações do Metrô, pelo telefone 0800-770 7722, todos os dias, das 5h às 0h, ou ainda pelo site do Metrô.
Em 2018, foram quase 122 mil consultas ao Sistema de Achados e Perdidos do Metrô, média de 333 consultas por dia. Só no guichê do posto de atendimento pessoal da Sé foram realizados mais de 32 mil atendimentos ao longo do ano. Resultado de tanta dedicação é que mais de 21 mil pertences foram devolvidos a seus donos, o que representa cerca de 23,2% de tudo que foi recebido. Em 2017, foram devolvidos aproximadamente 19 mil itens, ou seja, cerca de 22,5% do total recolhido.
A estudante Juliana Padilha conta que já esqueceu objetos no Metrô, mas não imaginava que conseguiria encontrar. “Já tinha ouvido falar do Achados e Perdidos do Metrô, mas nunca tinha pensando em procurar minhas coisas por lá. Agora que entendi sobre o serviço com certeza se esquecer algo vou procurar por lá”, conta.
Após 60 dias sob cuidados da CAP, os objetos em bom estado e os valores não devolvidos são encaminhados ao Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo. Já os documentos são destinados aos respectivos órgãos emissores.
Para evitar a perda de objetos e documentos, o Metrô recomenda aos usuários que fiquem atentos aos itens que estão sendo transportados e observem seus pertences antes do desembarque. É importante também que os objetos tenham sempre algum tipo de identificação, o que facilitará a localização do proprietário e sua devolução pela Central de Achados e Perdidos.
