Secretário da Segurança Pública fala a correspondentes internacionais

Fernando Grella Vieira voltou a defender a prevalência dos direitos humanos na ação das polícias e a integração das forças do Estado no combate ao crime

ter, 12/03/2013 - 20h01 | Do Portal do Governo

Depois de quatro meses à frente da Secretaria da Segurança Pública (SSP), o secretário Fernando Grella Vieira deu a primeira entrevista coletiva a correspondentes internacionais nesta terça-feira (12) e voltou a defender a prevalência dos direitos humanos na ação das polícias e a integração das forças do Estado no combate ao crime.

Com pouco mais de uma hora de duração, a entrevista aconteceu na sede da SSP, no centro da Capital. Além da defesa dos direitos humanos, Grella explicou a resolução 5/2013 (que fixa protocolos para o atendimento de feridos em crimes), expôs os principais planos para a secretaria, como a preparação das Polícias Civil e Militar para a Copa do Mundo, e defendeu o diálogo direto e transparente com a sociedade como meio de aprimorar o trabalho e a conduta dos policiais, bem como as políticas de segurança.

A coletiva contou com representantes da BBC, The Economist, Reuters, Irish Times, Agenzia Internazionale Stampa Estero (AISE), Agenzia Nazionale Stampa Associata (ANSA), Nippon Hoso Kyokai (NHK), Jiji Press, Xinhua News Agency, Diario ABC, Agência EFE, Latin America Bureau, além da Associação dos Correspondentes. Também participou o secretário-adjunto da SSP, Antonio Carlos da Ponte.

Eventos

Um dos principais temas abordados foi a segurança para eventos, como a Copa das Confederações (2013), a Copa do Mundo (2014), as Olimpíadas (2016), e a segurança nos estádios. Grella comentou as ações da PM, focando na experiência que a corporação possui em casos envolvendo torcidas e, principalmente, em situações com grande quantidade de pessoas.

“A Polícia Militar tem a expertise necessária para atender grandes públicos. O Estado de São Paulo tem tradição em receber grandes competições, como campeonatos esportivos e automobilísticos. Por isso, estamos traçando estratégias e ações para garantir a segurança da população durante esses períodos”, explicou o secretário.

Mudanças nas polícias

Outro tema abordado, em especial pelos jornalistas latino-americanos, foi sobre as mudanças realizadas pela secretaria desde que Grella assumiu o cargo. “Podemos fazer uma política de segurança pública alinhada com o respeito aos direitos humanos. Com essas mudanças, nós trouxermos pessoas que estavam afinadas com essa maneira de pensar”, disse o secretário.

A resolução SSP 5/2013, que modifica a nomenclatura “resistência seguida de morte” para “morte decorrente de intervenção policial”, além de determinar que o atendimento a vítimas de crimes graves seja feito pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e Unidades de Resgates (URs), foi outro assunto.

“Isso permite que o policial preserve o local do crime, e que a vítima receba o tratamento correto. Os funcionários das unidades médicas são treinados para atender as pessoas sem que evidências do lugar sejam modificadas”, contou Grella.

Resposta à sociedade

O secretário voltou a reafirmar a postura de “intolerância” da Secretaria da Segurança Pública em relação a desvios de conduta de policiais. Ele comentou sobre as investigações das chacinas – os múltiplos latrocínios – ocorridas no final do ano passado e no início desse ano. Nove PMs foram presos, em investigação conjunta entre a Polícia Civil e a Corregedoria da Polícia Militar.

“O Governo do Estado e a Secretaria da Segurança Pública não toleram nenhum tipo de ação policial fora da legalidade”, disse Grella.

Para o secretário, as investigações conjuntas tendem a proteger a população e melhorar o trabalho do bom policial. “Não podemos evitar todos os crimes, mas trabalhamos para dar uma resposta à sociedade”, contou.

Interação

Grella finalizou comentando sobre a importância da interação policial, tanto entre as polícias Civil e Militar, quanto entre os governos Federal, Estadual e Municipal. O Centro Integrado de Inteligência de Segurança Pública do Estado de São Paulo (CIISP) é um dos exemplos dessa interação.

“Trabalhamos de forma integrada, fortalecendo as inteligências policiais e a área investigativa. Também estamos alinhados com a SAP [Secretaria de Administração Penitenciária] e com as esferas municipais e federal”, informou Grella.

A aproximação com organizações sociais, como forma de entender pontos específicos, também é uma das ações da Secretaria para aumentar a segurança da população. Os encontros com representantes dessas associações e, principalmente, a atuação dos Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs), servem para entender as necessidades de cada local, em termos de segurança.

“Trabalhar de forma integrada, tanto com os governos dos municípios e da União, como com as organizações sociais, é uma forma de otimizar o papel das polícias e ajudar a diminuir a criminalidade”, disse o secretário.

Da Secretaria da Segurança Pública