A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo mantém, na cidade de Santos, por meio do Instituto de Pesca (vinculado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios – APTA), o Laboratório de Estudos Estuarinos (Lest), ligado ao Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro do Pescado Marinho.
Dentre os objetivos do Lest, está o estudo das populações de organismos aquáticos existentes no estuário e suas relações recíprocas com a pesca e os outros usos e atividades exercidos nesse ambiente. Outro objetivo é também determinar os padrões de utilização do ambiente estuarino pela atividade pesqueira profissional e amadora, gerar conhecimento sobre os atores sociais que dependem direta ou indiretamente da pesca profissional ou amadora e promover o reconhecimento da sua importância na gestão da área estuarina.
O Laboratório de Estudos Estuarinos também avalia a influência das atividades antrópicas relacionadas ao meio urbano, industrial e portuário sobre o meio socioecológico e sobre a produção e dinâmica da atividade pesqueira. Gera ainda conhecimentos para a construção de políticas públicas adequadas, bem como determina a influência destas sobre a produção e dinâmica da atividade pesqueira na área estuarina.
Na região de Santos, a área estuarina abrange ecossistemas em contínua mudança, que, em parte deles, decorre de ações antrópicas (atividades portuárias, industriais e de urbanização). Ainda assim, importantes áreas de manguezal sustentam os estoques pesqueiros do estuário e da área costeira e garantem a subsistência de pescadores, que têm a pesca como atividade produtiva e fonte principal ou alternativa de renda.
O Complexo Baía/Estuário de Santos/São Vicente é um ambiente ecologicamente heterogêneo, sendo formado por vários subambientes: o costão rochoso, a praia arenosa, o manguezal e o fundo lodoso adjacente, que originam uma considerável variedade faunística e grande interdependência entre as espécies, o que contribui para o equilíbrio dinâmico do ambiente.
O estuário é reconhecidamente um local de desova e criadouro de várias espécies de peixes, crustáceos e moluscos, respondendo, direta ou indiretamente, pela sustentabilidade de algumas espécies de interesse para a pesca. No Sudeste e Sul do Brasil, a maior parte dos ecossistemas costeiros encontra-se submetida à degradação antrópica, que se acentua quando aliada à sobrepesca e à pesca predatória, ocasionando a redução da diversidade biológica.
Da Secretaria de Agricultura e Abastecimento