Ital desenvolve leite pasteurizado com prazo de validade 10 vezes maior

Instituto de Tecnologia dos Alimentos utilizou três tecnologias para conseguir o resultado de conservação, que garante as características nutricionais do leite

seg, 11/04/2016 - 20h07 | Do Portal do Governo

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Tecnologia dos Alimentos (Ital), desenvolveu uma técnica de pasteurização de leite com validade de 50 dias, 10 vezes mais que o convencional. Contando com o apoio da Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Ital utilizou três tecnologias para conseguir o resultado de conservação, que garante as características nutricionais do leite.

O processo é realizado com uma máquina que faz a microfiltração do leite e, de acordo com a pesquisadora da Secretaria, que atua no Centro de Tecnologia de Laticínios (Tecnolat), do Ital, Patrícia Blumer Zacarchenco, atualmente, nenhuma empresa brasileira de laticínio utiliza o sistema para obter o produto com validade estendida. Ele é capaz de processar 150 litros de leite por hora. A máquina usada no estudo pertence ao Ital e é produzida na França. Foi adquirida com verba da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que totalizou R$ 180 mil.

A pasteurização é um processo em que o leite é aquecido a 62ºC por 30 minutos ou a 72ºC por 15 segundos para inativar bactérias que podem ser perigosas para a saúde; a microfiltração, onde o leite é filtrado com a ajuda de membranas com poros pequenos que fazem a captura de bactérias; e a hidrólise da lactose, que consiste na utilização de enzimas para quebrar o açúcar do leite.

A pesquisadora explicou que a versão pasteurizada é rica em proteínas, fonte de cálcio, fósforo e vitaminas, além de manter o sabor mais próximo ao do leite sem processamento e pode gerar derivados, como queijos de longo tempo de maturação e iogurte. “A técnica permite remoção de bactérias, prevenindo o estufamento do produto”, destacou a pesquisadora.

Para Patrícia, além da estabilidade do produto, a técnica acompanha a necessidade dos consumidores que preferem leite desnatado e sem lactose, o açúcar do leite. O processo que permite o leite melhor e mais longo, na visão da pesquisadora, é inovador e inexistente no Brasil e no exterior.

O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, afirmou que esta pesquisa é importante para garantir a qualidade dos alimentos que abastecem a mesa do brasileiro. “A pasteurização é um processo importante na produção do leite industrializado, pois elimina todos os microrganismos que são nocivos à saúde do consumidor. Essa pesquisa contribui para criar um alimento com mais sabor, preservando suas características nutritivas por mais tempo. A busca pela saudabilidade dos alimentos é uma determinação do governador Geraldo Alckmin”, disse.

Da Secretaria de Agricultura e Abastecimento